O principal fundamento do chavismo - a prolongada, se possível eterna, permanência no poder - parece começar a se expandir além das fronteiras da Venezuela, contaminando um país vizinho: a Colômbia. O seu presidente, Álvaro Uribe, cogita seguir o exemplo do colega Hugo Chávez: mudar a Constituição mais uma vez, para poder se reeleger (pela segunda vez) em 2010.
O seu propósito vazou exatamente como tinha acontecido durante o seu primeiro governo. Depois de uma reunião privada com aliados, um deles revelou a intenção de Uribe que, em seguida passou meses em silêncio, apenas medindo os resultados desse balão de ensaio - até que em 2004 conseguiu alterar a Constituição. Até então ela não permitia a reeleição presidencial.
O processo se repete agora. Depois de um encontro fechado com aliados na última quarta-feira, a presidente da Câmara, Patricia Gutierrez, contou que Uribe estaria disposto a se candidatar porque, do jeito que vê a situação, uma vitória da oposição poderia ser uma catástrofe para o país.