O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, deu uma entrevista coletiva na 5ª Avenida, próximo ao local onde ocorreu o tiroteio| Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP

O tiroteio ocorrido nesta sexta-feira (24) em frente ao Empire State, um dos postais mais emblemáticos de Nova York, deixou dois mortos, incluindo o responsável pelo ato, e nove pessoas feridas, um incidente que volta a questionar a necessidade de um debate sobre posse de armas nos Estados Unidos. "Nova York é a cidade mais segura do país, mas não fica imune ao problema nacional da violência relacionada às armas de fogo", afirmou o prefeito Michael Bloomberg em entrevista coletiva, na qual era acompanhado pelo chefe do Departamento de Polícia, Raymond Kelly.

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As autoridades informaram que os mortos são o atirador, identificado como Jeffrey Johnson e abatido pela Polícia, e um de seus ex-companheiros de trabalho, um homem de 41 anos, enquanto nove pessoas ficaram feridas, algumas de forma acidental por causa dos disparos efetuados pela Polícia.

No último ano, Johnson, de 53 anos, tinha sido despedido de uma empresa cujo escritório fica em frente ao emblemático edifício do centro de Manhattan, onde trabalhava como designer de acessórios femininos.

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Após os primeiros disparos, Johnson guardou a arma que portava - uma pistola semiautomática calibre 45 - em uma bolsa e saiu andando pela rua 33, onde foi interceptado por agentes que já tinham sido alertados por uma testemunha. No momento em que o agressor tentou pegar sua arma novamente, ele acabou sendo morto pela polícia.

O incidente, que, segundo as autoridades não possui qualquer relação com uma ameaça terrorista, volta a reabrir o debate sobre posse de armas nos Estados Unidos, país que ainda lembra os dois massacres realizados no último mês: um em um templo da comunidade sikh em Wisconsin, onde morreram seis pessoas, e outro em um cinema do Colorado, que deixou 12 mortos.

"É uma tragédia terrível e não há dúvida que poderia ter sido pior", afirmou Bloomberg, que está à frente da iniciativa "Prefeitos contra as armas ilegais". A medida, fundada há mais de cinco anos por 15 prefeitos, já conta com mais de 500 líderes locais, que defendem mudanças legislativas capazes de frear o tráfico ilegal de armas.

Faltando menos de três meses para as presidenciais de novembro, o prefeito nova-iorquino pediu em diversas ocasiões para o presidente Barack Obama e para seu rival nas eleições, o candidato republicano Mitt Romney, que apresentem suas propostas para melhorar o controle das armas no país.

O próprio Empire State Building já foi palco de um tiroteio em 1997, quando Ali Abu Kamal, um palestino de 69 anos, abriu fogo contra uma série de turistas que estavam no observatório do arranha-céu. Neste ataque, Kamal matou uma pessoa, deixou outras seis feridas e depois se suicidou.

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Uma das testemunhas do tiroteio de hoje - Victoria Pulgarín, que estava a caminho de uma consulta médica -, relatou à Agência Efe que, ao escutar os disparos, se atirou no chão e viu um homem cair ferido ao seu lado. "As balas passaram do meu lado. Pensei que eram fogos de artifício, mas meu marido disse que era um tiroteio. Fiquei paralisada", lembrou.

O tiroteio em um dos postais mais visitados de Nova York causou cenas de pânico entre os pedestres que se dirigiam aos seus postos de trabalho e os inúmeros turistas que costumam formar longas filas nas portas do edifício para visitar seu famoso mirante.

Além disso, trata-se do terceiro incidente de gravidade que ocorre em Manhattan em menos de duas semanas. Na quinta (23), um homem disparou contra duas pessoas nos arredores do estádio dos Yankees e, no último dia 11, policiais mataram a tiros um morador de rua próximo da turística Times Square.