Todos os 15 marinheiros britânicos capturados pelo Irã admitiram que entraram ilegalmente em águas iranianas, afirmou nesta segunda-feira uma agência de notícias de Teerã, mas o país indicou que adotará uma linha mais leve, afirmando que não exibirá as imagens das "confissões". No domingo, a TV estatal iraniana exibiu imagem de um militar apontando em um mapa o ponto em que o grupo foi capturado.
A agência de notícias Isna disse que a decisão de não exibir o filme, depois que outras imagens irritaram Londres durante a crise que já dura 10 dias, teve como base o que a matéria disse ter sido uma mudança na "política barulhenta" do governo britânico.
A Grã-Bretanha rejeitou as "confissões" mostradas anteriormente, e disse que são inaceitáveis, acrescentando que os 15 estavam em águas iraquianas.
Na segunda-feira, a televisão estatal iraniana mostrou novas imagens de alguns dos 15 britânicos - ela já havia mostrado declarações de quatro deles. As imagens mostram outros membros do grupo, alguns falando para uma câmera. Suas vozes, entretanto, não podiam ser ouvidas.
A Isna disse que o Irã tem imagens dos britânicos "explicando detalhes de sua prisão em águas iranianas".
"Mas, por causa de algumas mudanças vistas nos últimos dois dias nas barulhentas políticas do governo britânico, não serão mostrados detalhes das entrevistas."
A Isna não deu detalhes sobre a mudança na política a que se refere. Mas a Grã-Bretanha disse no domingo que estava mantendo comunicação direta com o Irã. A secretária do Exterior britânica, Margaret Beckett, disse no sábado que "todos lamentam que esta posição surgiu".
Não havia autoridades do Ministério do Exterior do Irã para comentar o caso de imediato.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que a Grã-Bretanha deveria desculpar-se. Autoridades iranianas também criticaram a Grã-Bretanha por ter levado o tema para a Organização das Nações Unidas, onde o Conselho de Segurança, que já aprovou duas resoluções de sanções contra o Irã pela recusa do país de suspender atividades nucleares, manifestou "grave preocupação" com o caso.
Em resposta à notícia da Isna, um porta-voz do ministério do Exterior britânico disse: "Não acho que a posição tenha mudado - eles foram pegos em águas territoriais iraquianas e ainda estamos trabalhando para obter acesso consular e para os iranianos libertarem o grupo."
No domingo, cerca de 200 manifestaram gritavam "morte à Grã-Bretanha" em frente à embaixada do país em Teerã e jogaram fogos de artifício contra o prédio, provocando barulho e nuvens de fumaça, mas sem deixar vítimas.