O ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo comparecerá na segunda-feira perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) para responder a acusações de crimes contra a humanidade, os quais incluem suspeitas de homicídios e estupros, segundo autoridades. Gbagbo, de 66 anos, foi levado na quarta-feira (30) da Costa do Marfim para a Holanda, e então transferido para um centro penitenciário de Haia, onde funciona a corte da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele é o primeiro ex-chefe de estado a ser processado pelo TPI desde a criação dessa instância judicial, em 2002. Cerca de 3 mil pessoas foram mortas e mais de 1 milhão ficaram desabrigadas durante quatro meses de uma guerra civil ocorrida no ano passado na Costa do Marfim. O conflito teve início depois que Gbagbo, derrotado nas eleições, recusou-se a entregar o poder ao seu rival Alassane Ouattara. Na primeira audiência, os juízes irão conferir a identidade do réu e informá-lo oficialmente sobre as acusações, segundo nota do TPI. Algumas autoridades marfinenses temiam uma reação dos partidários de Gbagbo ao saberem que ele havia sido detido, mas em Abidjã, principal cidade do país, o clima era de tranquilidade.

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Multidões Quando era presidente, Gbagbo costumava mobilizar multidões, às vezes violentas e com milhares de pessoas, para defendê-lo. Não estão descartados protestos quando a primeira audiência acontecer, na segunda-feira. A Frente Popular Marfinense, partido do ex-presidente, conclamou em nota seus seguidores a "se reagruparem para a ação iminente." "A transferência de Gbagbo para Haia nos dá todas as razões que precisávamos para nos erguer. O dia irá chegar," disse o exilado líder miliciano juvenil Charles Blé Goude ao jornal Notre Voie, simpático ao ex-governante.

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