Depois de algumas negociações indiretas com Saif al-Islam, filho foragido do ditador líbio Muamar Kadafi, o Tribunal Penal Internacional (TPI) parece ter perdido Saif de vista mais uma vez. Com medo de não conseguir capturar o filho mais influente de Kadafi, o promotor-chefe do TPI, Luis Moreno Ocampo, pediu ajuda à comunidade internacional nesta quinta-feira para prendê-lo.
Segundo o argentino, Saif estaria fugindo da Líbia com ajuda de mercenários, provavelmente membros da etnia tuaregue, e, por isso, a ajuda dos países que poderiam servir de exílio para o filho do ditador é tão importante. Para Ocampo, Saif pode estar tentando chegar ao Zimbábue, que não é signatário do Estatuto de Roma, documento que deu origem ao TPI.
Na semana passada, o próprio tribunal confirmou que estava em negociações indiretas com Saif para acertar sua rendição. Ocampo garantiu que o líbio teria um julgamento justo em Haia e que ele vai investigar com o mesmo rigor denúncias de crimes de guerra de todos os lados da batalha na Líbia, tanto dos kadafistas, quanto dos rebeldes e até da Otan. Mas, no último dia 28, entretanto, o TPI parou de receber chamadas de pessoas ligadas a Saif.
De acordo com os últimos relatos, o filho de Kadafi estaria no deserto do Saara, uma área duas vezes o tamanho do estado americano do Texas e sem linhas claras de fronteira.
Além de Saif, o TPI também procura o ex-chefe da Inteligência do regime, Abdullah al-Sanusi. Ambos são acusados de cometer crimes contra a Humanidade.
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