Santa Cruz de la Sierra A esperança dos bolivianos, pelo menos entre os mais pobres, é que a nova constituição promova mudanças nas relações de trabalho, capazes de oferecer mais e melhores oportunidades de emprego. Numa economia que tem o dólar como referência, o salário mínimo de 500 boilivianos obriga muitos trabalhadores a deixar o país em busca de emprego no exterior.
Somente no Departamento de Santa Cruz, são emitidos mais de 400 passaportes por dia. A maioria dos pedidos são de desempregados, muitos deles jovens, que estão partindo para a Europa, explica Olga Lídia Espinoza, chefe do Serviço Nacional de Imigração. De acordo com a diplomata, entre 30% e 40% das solcitações são de menores de 18 anos, o que significa que os pais já deixaram o país. Ela também concorda que "há uma falsa expectativa" com a Assembléia Constituinte. "É apenas uma revisão das leis."
Na fila do Serviço de Imigração, Rodolfo Nelasques, de 36 anos, atribui a intenção de sair do país às condições de trabalho. Ele alega ter emprego na Bolívia, mas o problema é que, com salário de US$ 100, não consegue sustentar a família. Hernan Rodrigues, de 25 anos, abandou a função de motorista de táxi para tentar a vida na Europa. Rodrigues aposta no governo Morales, mas não quer esperar as mudanças. (GF)