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Tragédia no Japão pode afetar programa nuclear do Brasil

De olho nos sucessivos informes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre os esforços para evitar um acidente nuclear de grandes proporções no Japão, o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves, disse ontem que os danos em usinas japonesas podem abalar o programa nuclear brasileiro.

Retomado no segundo mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a decisão de levar adiante as obras de Angra 3, o programa prevê a construção de mais quatro usinas no País até 2030. "O debate sobre a segurança das instalações vai ressurgir, com resistências, mas espero que o programa não seja paralisado" afirmou Gonçalves.

Subordinada ao Ministério de Minas e Energia, a Empresa de Política Energética informou ontem que, por ora, está mantido o cronograma de construir mais quatro usinas no Brasil, além das três usinas de Angra dos Reis (RJ). As novas usinas devem entrar em operação nos próximos 19 anos.

A presidente Dilma Rousseff não dá prioridade ao assunto. Mantém sem data marcada uma nova reunião da cúpula do governo para definir a localização dessas quatro usinas - duas delas no Nordeste e outras duas no Sudeste - e há sinais de que o assunto ficará fora da pauta do Planalto, pelo menos até as consequências do terremoto japonês ficarem mais claras.

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