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Como podemos explicar s famílias desses soldados e a nós mesmos o que aconteceu?, perguntava aos seus subordinados na tarde de terça-feira (12) um graduado general. Desolados, nas últimas 24 horas, os militares brasileiros tentavam entender uma triste ironia. Em segundos, um terremoto em Porto Príncipe fez o que, até agora, nenhuma bala haitiana conseguira: impôs baixas em um dos contingentes das tropas brasileiras que, desde 2004, ajudam no esforço de reconstrução de um país paupérrimo.
Não consigo imaginar que essas pessoas estão mortas, disse o coronel Pedro Pessoa, chefe do Centro de Instrução de Operações de Paz (CioPaz) do Exército Brasileiro.
Sob os escombros do prédio da sede da Minustah, em Porto Príncipe, desapareceram o ex-chefe do coronel e hoje chefe da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), Hedi Hannabi cuja morte já foi confirmada - e o brasileiro Luiz Carlos da Costa, segundo na hierarquia da força de paz. Foi a maior pancada que a gente já teve, acrescentou Pessoa.
No CioPaz os militares estavam estupefatos. Não é para menos: todas os homens que o Brasil envia ao Haiti contingentes que se revezam a cada seis meses passam por treinamentos lá. A escola, com sede no Rio de Janeiro, tem ajudado também a formar especialistas de outros países latino-americanos.
Em São Paulo, a preocupação do Comando Militar do Sudeste a quem estava subordinada a maior parte das vítimas brasileiras é com a remoção dos corpos que já foram identificados no Haiti. A ONU costuma seguir uma série de procedimentos legais para liberar os funcionários mortos. Mas, a expectativa é de que isso aconteça rapidamente.
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