O número de mortos por causa do terremoto no centro da Itália subiu para 267, após as equipes de resgate retirarem mais corpos dos escombros. Além disso, os esforços para buscar sobreviventes foram complicados por novos tremores.
Mais de 40 tremores secundários ocorreram durante entre a noite desta quinta (25) a manhã desta sexta-feira (26), incluindo um de 4,8 graus de magnitude, que foi registrado depois das 6 horas (1 hora de Brasília) e gerou pânico entre os desabrigados e socorristas, que temiam mais desabamentos.Segundo centro nacional de sismos, a maior parte dos tremores teve uma magnitude superior a 3 graus, com o mais forte registrando 3,8 graus, por volta da meia-noite local.
As equipes de resgate seguiam buscando intensamente possíveis sobreviventes, mas a esperança de encontrar pessoas vivas diminuiu e, agora, são retirados apenas cadáveres. Ao todo, 387 feridos estão hospitalizados.
A incógnita sobre o número de desaparecidos pesa, já que nestes povoados pitorescos e turísticos a população triplica no verão e é difícil estabelecer quantas pessoas estavam presentes no momento da tragédia.
A imprensa local confirma a morte de ao menos oito estrangeiros: três britânicos, dois romenos, uma espanhola, um canadense e uma salvadorenha.
Na noite de quinta-feira, o governo declarou o estado de emergência nas zonas afetadas e concedeu uma primeira ajuda de 50 milhões de euros para a catástrofe.
Em paralelo, os gestos de solidariedade seguem aumentando, e além das filas para doar sangue ou dinheiro são registradas em diferentes cidades iniciativas culinárias oferecidas por chefs e cozinheiros italianos, entre elas a campanha “comer pela Itália” lançada pelo popular chef britânico Jamie Oliver, com doação de dinheiro para os desabrigados.
Falhas de prevenção?
O primeiro-ministro, Matteo Renzi, também anunciou um novo plano de prevenção anti-sísmica, depois das polêmicas e dúvidas geradas pelo elevado número de vítimas em uma zona de alto risco.
Segundo o primeiro censo realizado pelo ministério da Cultura, 293 locais de valor cultural, entre igrejas, conventos e campanários medievais e do Renascimento foram danificados ou destruídos.
“Não podemos arrasar o imenso patrimônio histórico da Itália”, reconheceu Renzi, que tem o desafio de reconstruir, segundo normas claras e transparentes, e garantir que edifícios históricos construídos com pedra e cal há vários séculos resistam aos fortes tremores.
Primeiros enterros
A Itália declarou o sábado dia de luto nacional, quando serão realizados os primeiros funerais de cinquenta vítimas do terremoto em Arquata del Tronto, uma das três aldeias arrasadas pelo forte tremor. O presidente da República, Sergio Mattarella, participará da cerimônia que será realizada em Ascoli Piceno.