Existem três grupos que se digladiam para moldar o futuro do México. Eu os chamo de "Narcos", "No’s" e "Naftas". Torça pelos Naftas.

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Os Narcos são os cartéis de droga que estão se atacando com atrevimento entre si, desafiando o Estado pelo controle de cidades. O sucesso dos esforços de EUA e Colômbia para interromper o tráfico no Caribe forçou os cartéis a concentrar suas operações mais ao norte. O presidente Felipe Calderón luta contra eles com bravura, mas os Narcos têm armas maiores que o Exército mexicano – a maioria, contrabandeada de lojas americanas. E continuarão crescendo enquanto os EUA tiverem demanda por cocaína, maconha e outras drogas.

Enquanto os Narcos são a má notícia, a boa é a crescente classe média mexicana. Bem, o México tem duas classes médias. Uma vive do óleo extraído pela estatal Pemex, responsável por 40% do orçamento estatal.

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Chamo esse grupo de os "No’s" porque seus integrantes são a principal força contrária a uma reforma que permitirá a privatização de estatais como a Pemex, o que abriria os setores de petróleo e energia a investidores estrangeiros ou à competição interna, trazendo melhores práticas às escolas, onde sindicatos mantêm o ensino público mexicano entre os piores do mundo.

Felizmente, há outra classe média crescente, que o economista mexicano Luis de la Calle descreve como "meritocrática". São as pessoas que saíram do interior para trabalhar nas grandes indústrias, estimulados pelo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). Essa classe crescente anseia sair da pobreza. Prova disso são as notas escolares de pequenas escolas privadas de cidades onde os Nafta moram: estão entre as melhores do país.

Então esta é minha previsão: quando a produção mexicana de óleo, que vem caindo, se encontrar com a classe média meritocrática, que vem crescendo, teremos uma verdadeira reforma política e econômica.

Trecho de artigo publicado no jornal The New York Times

Tradução: Helena Carnieri

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