Um tribunal italiano atrapalhou nesta segunda-feira as ambições do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, na eleição regional deste mês ao se recusar a readmitir a lista de candidatos governistas na província de Roma.
O governo se apressou, por meio de um decreto na sexta-feira, para assegurar que a lista fosse readmitida, depois de perder o prazo para a apresentação de documentos à Justiça Eleitoral.
As eleições em 13 das 20 regiões italianas são vistas como um teste para a força nacional da coalizão centro-direita de Berlusconi, abalada por escândalos no último ano, com reflexos negativos na popularidade do premiê.
A lista de Berlusconi ainda pode ser autorizada a disputar a eleição dos dias 28 e 29, mas seu destino depende de um processo jurídico potencialmente complicado, com outras decisões judiciais para determinar se o decreto da sexta-feira foi válido.
Um advogado do Partido Democrático, de oposição, argumentou que a Corte decidira que a legislação de emergência não poderia ser aplicada no caso em questão. O Povo da Liberdade, nome da coalizão de Berlusconi, havia prometido levar o caso à Suprema Corte.
O decreto de sexta-feira modificou as regras sobre as listas eleitorais, dizendo que bastava a presença dos funcionários partidários no edifício da Justiça Eleitoral quando se esgotasse o prazo da apresentação de candidatos, mesmo que a lista propriamente dita não fosse apresentada.
Pesquisa publicada no domingo pelo jornal Corriere della Sera mostrou que a aprovação ao governo caiu para um dos seus piores índices desde a posse, em 2008, refletindo a confusão na inscrição dos candidatos.
Mas a expectativa é de que o governo se saia bem nas eleições regionais, já que as pesquisas indicam uma oposição dividida, fraca e com índices de aprovação ainda piores.
Ao menos até protagonizar o fiasco pré-eleitoral, a coalizão governista tinha amplo favoritismo na província do Lácio, cuja capital é Roma, já que o ex-governador de esquerda Piero Marazzo renunciou por causa de um escândalo envolvendo sexo e drogas.
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