O principal tribunal da Turquia invalidou o primeiro turno das eleições presidenciais nesta terça-feira (1º), e o governo afirmou que colocará seu candidato à Presidência a uma nova votação no Parlamento na quarta-feira (2).

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A Corte Constitucional manteve um apelo da oposição secularista que quer evitar que o candidato do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), o ministro das Relações Exteriores Abdullah Gul, vire chefe de Estado.

"Foi tomada uma decisão para interromper o processo", disse Hasim Kilic, vice-chefe do tribunal, em uma entrevista coletiva.

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A Corte Constitucional disse que 367 membros do Parlamento teriam que estar presentes durante a votação para que fosse válida. Um total de 361 parlamentares votou na eleição de sexta-feira passada, 357 deles para Gul, o único candidato.

O primeiro-ministro Tayyip Erdogan deixou a porta aberta para uma possível eleição nacional antecipada para resolver a disputa entre seu governo e os secularistas turcos.

A Turquia vem sofrendo com o impasse na eleição presidencial, com uma ameaça de intervenção das Forças Armadas e um protesto antigoverno que reuniu até um milhão de pessoas.

O Exército, que se enxerga como o fiador do Estado secular, já derrubou quatro governos nos últimos 50 anos, o último em 1997, quando agiu contra um gabinete no qual servia Gul.

Os mercados financeiros turcos registraram sua maior queda em um ano na segunda-feira e a moeda perdeu mais terreno na terça-feira.

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O ministro da Economia, Ali Babacan, disse que a economia estava pronta para eleições antecipadas, uma declaração vista como uma tentativa de acalmar os mercados.

O Parlamento, em que o Partido AK tem a maioria, elege o presidente para um mandato de sete anos na Turquia, país predominantemente muçulmano.

Analistas dizem que eleições antecipadas são a única maneira de acabar com o impasse.