Ressalva
Brasil defende intermediação africana
Brasil vê com ressalvas o reconhecimento americano do Conselho Nacional de Transição dos rebeldes na Líbia. Na avaliação do governo brasileiro, o melhor caminho para o entendimento seria pela intermediação dos países da região, preferencialmente da União Africana.
"Nosso desejo é que os anseios do povo líbio sejam atendidos. A violência contra os civis deve ser condenada", comentou um alto funcionário do governo brasileiro.
Um das preocupações, já demonstradas publicamente pelo Itamaraty, é com o recrudescimento da violência contra civis, tanto da parte dos rebeldes quanto dos partidários do ditador Muamar Kadafi. Por essa razão, o Brasil prefere apostar na capacidade de mobilização dos países africanos.
"Para nós, é muito importante o posicionamento da União Africana", disse essa fonte.
Junto com Alemanha, Índia, China e África do Sul, o Brasil votou contra a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
Um grupo de 30 nações declararam o regime do líder líbio, Muamar Kadafi, ilegítimo. Os países, entre eles os EUA, declararam ontem, em comunicado final de uma reunião do chamado Grupo de Contato para a Líbia, que "o regime de Kadafi não tem mais autoridade legítima na Líbia". A medida reconhece formalmente o Conselho Nacional de Transição, que os insurgentes líbios montaram em Benghazi, como o governo legítimo do país magrebino, além de abrir o caminho para que os rebeldes tenham acesso a recursos de Kadafi e do seu governo bloqueados pelos EUA e seus aliados europeus. Kadafi disse que o reconhecimento é "insignificante".
O grupo afirmou que Kadafi e alguns membros de sua família precisam deixar o poder, e também que passará a tratar o Conselho Nacional de Transição, principal força oposicionista da Líbia, como "a legítima autoridade de governo", até que uma autoridade interina seja apontada e tome o poder no país do Magreb.
O fronte na guerra civil líbia ficou estagnado desde que os insurgentes iniciaram a rebelião no leste do país em fevereiro deste ano. Apoiados pelos ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os insurgentes controlam grande parte do leste da Líbia e algumas cidades no oeste, como Misurata, mas Kadafi mantém o poder em Tripoli e no resto do país.
Logo após o comunicado do grupo de países, Kadafi disse que o reconhecimento é "insignificante". "Eu não ligo para os países que reconhecem o Conselho dos rebeldes", disse Kadafi. "Digam à Otan e aos outros países que levantem uma bandeira branca e peçam nosso perdão", afirmou.
Kadafi disse que "o povo líbio persevera". "Eles nunca desistirão", garantiu, referindo-se a seus governados. Não se sabe onde o líder do país está vivendo.
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