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2.º turno

Troca de acusações esquenta campanha por segundo turno na França

Uma nova troca de acusações entre os candidatos à presidência da França elevou a temperatura política no país a seis dias da eleição. A socialista Ségolène Royal disse nesta segunda-feira que seu rival da direita, Nicolas Sarkozy, está defendendo "brutalidade e violência". Ségolène conseguiu diminuir a diferença nas pesquisas de opinião na última semana e intensificou os ataques com a proximidade da votação. Sarkozy, porém, segue sendo o favorito nas pesquisas e pode ampliar os 12 anos de domínio conservador no país.

- Há uma forma de brutalidade e violência em suas propostas - disse Ségolène ao canal France 2, em referência ao discurso feito por Sarkozy no domingo, durante o maior comício de sua campanha.

O conservador usou o comício para criticar os movimentos de maio de 1968, acusando de atropelar a excelência em nome da igualdade, e de criar um Estado em que as pessoas como Ségolène, da esquerda, pensam apenas em seus direitos, e não sou seus deveres.

- Chamo os franceses a romperem realmente com o espírito, o comportamento e com as idéias de maio de 68 - disse Sarkozy a mais de 20.000 simpatizantes, atacando um ponto central de referência para muitos socialistas franceses.

- Proponho ao povo francês trazer moral, autoridade, respeito, trabalho e a nação de volta à política - disse ele.

A socialista, que lançou uma plataforma econômica ortodoxa e de esquerda com forte base na intervenção estatal, acusou Sarkozy de pisar nas conquistas do movimento de 1968, que inspirou simpatizantes de esquerda no mundo inteiro. Ela anunciou, porém, que se eleita poderá indicar um político moderado para o cargo de primeiro-ministro.

- Foi um discurso de grande violência e grande brutalidade. A França não precisa disso hoje em dia. A França precisa reconciliar-se e de calma. A França precisa de união a fim de se levantar-se - disse.

A líder socialista, que tenta torna-se a primeira mulher presidente da França, acusou Sarzkozy de tentar atrair o voto de extrema direita através da sugestão feita no domingo, de surpresa, de que está aberto a alguma forma de representatividade proporcional nas eleições legislativas. A Frente Nacional, de extrema direita, junto com partidos menores do cenário político, reclama do atual sistema parlamentar majoritário, que favorece os grandes partidos.Debate decisivo na quarta-feira

Sarkozy ganhou o primeiro turno de 22 de abril com 31,2% dos votos. Ségolène teve 25,9% e ficou em segundo. O centrista François Bayrou foi o terceiro, com 18,6%, e o líder de extrema direita Jean-Marie Le Pen ficou em quarto, com 10,4%.

Uma pesquisa TNS Sofres publicada nesta segunda-feira mostra Sarkozy na frente de Ségoléne, com 52% contra 48%. Há uma semana, muitas pesquisas mostravam Sarkozy com 54%, mas ele perdeu espaço devido a esforços da socialista para atrair eleitores de Bayrou.

Um debate na televisão programado para a próxima quarta-feira pode ser decisivo. Sarkozy é considerado mais forte em debates, mas também é visto como alguém que às vezes peca pelo excesso de confiança.

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