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Acordo depende da situação de segurança no Iraque: matança têm diminuido neste ano em relação à 2006 e 2007 | Dan Chung / Reuters
Acordo depende da situação de segurança no Iraque: matança têm diminuido neste ano em relação à 2006 e 2007| Foto: Dan Chung / Reuters

O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, disse nesta segunda-feira (25) que o país chegou a um acordo nas negociações com os EUA para encerrar totalmente a presença de tropas estrangeiras no Iraque no final de 2011. A Casa Branca negou e disse que ainda não há um "acordo final" sobre a questão.

"Há um acordo que já foi atingido, entre as duas partes, sobre uma data fixa que é o fim de 2011 para encerrar a presença estrangeira no solo iraquiano", disse Maliki a líderes tribais na Zona Verde da capital, Bagdá.

"No que os negociadores concordaram foi em um esboço de acordo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood. "Ele ainda precisa passar por uma série de instâncias no sistema político iraquiano antes que nós realmente tenhamos uma concordância do lado iraquiano." Além disso, o acordo precisa ser assinado pelo presidente George W. Bush, disse Wood.

O porta-voz recusou-se a comentar se o ano de 2011, citado pelo premiê iraquiano, seria realemente a data cotada para a saída das tropas.

Na imprensa

A Casa Branca já havia negado na sexta-feira (22) que os negociadores de Washington e de Bagdá tivessem alcançado um acordo.

O suposto acordo, noticiado pelo "New York Times" naquele dia 22, previa a remoção das tropas das cidades iraquianas para junho do próximo ano e de todo o resto do país em 2011, caso as condições de segurança se mantivessem relativamente estáveis. O jornal citou fontes oficiais iraquianas e norte-americanas envolvidas na negociação.

O prazo para a retirada, que a administração Bush chamou de "metas desejadas" e não "fixas", estaria descrito em um acordo que ainda precisaria ser aprovado pelo primeiro-ministro Nuri Kamal al-Maliki e outros líderes iraquianos, segundo a reportagem. Em outras palavras, as datas poderiam ser proteladas ou antecipadas.

Autoridades norte-americanas frisaram repetidamente que as datas acordadas dependem da situação de segurança no país, onde a matança sectária e os ataques às tropas americanas têm diminuído neste ano em relação a 2007 e 2006. De acordo com o "New York Times", no entanto, os líderes iraquianos ainda podem rejeitar o acordo.

Segundo o chefe iraquiano das negociações, Mohammed al-Haj Hamoud que confirmou o teor da reportagem em entrevistas posteriores-, a reunião entre a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o primeiro-ministro iraquiano na quinta-feira (22) foi vitoriosa ao alcançar o acordo.

As negociações sobre o status futuro das tropas americanas no Iraque começaram em fevereiro e deveriam ter terminado no fim de julho, mas a complexidade das questões e as divergências, principalmente sobre um calendário de retirada das tropas americanas, atrasaram a redação do acordo.

Os iraquianos consideram uma vitória o fato de ter obtido um calendário de retirada rejeitado durante muito tempo pelos EUA.

Outro ponto sensível sobre o qual os iraquianos insistiram: o fim da imunidade para os empregados das companhias privadas de segurança que trabalham para as forças da coalizão.

Em se tratando da imunidade dos soldados americanos, Hammud respondeu que estavam previstos "vários comitês para examinar os problemas sobre a violação da lei iraquiana por tropas americanas".

Importância

A questão do prazo é de extrema importância política tanto para os Estados Unidos quanto para o Iraque. Os dois pretendentes à Presidência americana, John McCain e Barack Obama, fazem declarações quase diárias sobre o futuro da guerra.

Obama quer que todas as forças combatentes saiam do Iraque em 16 meses, alegando que elas são mais necessárias no Afeganistão. Já o republicano McCain diz que as melhoras na segurança mostram que a decisão sobre o prazo deve ser determinada pela circunstâncias do campo de batalha e não por uma planilha de prazo - posição que a Casa Branca mantém até hoje.

Um item importante do acordo é que as empresas de segurança que atuarem no país ficarão sujeitas à lei iraquiana, ao contrário do que ocorre hoje. A imunidade continua a ser um ponto de contenção entre os dois lados na resolução final. Os iraquianos estão relutantes em permitir que os funcionários de firmas terceirizadas americanas de segurança tenham liberdade total fora das bases americanas e não se sujeitem à lei iraquiana.

A noção de urgência para completar o acordo surge porque a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre as bases legais da presença americana no país expira no final deste ano.

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