Jerusalém - Tropas sírias apoiadas por tanques e helicópteros atacaram civis que participavam de mais um dia de protestos contra o governo em cidades próximas à fronteira com a Turquia. A violência na região levou mais de 4 mil pessoas a se refugiar no país vizinho nos últimos dias.
As manifestações se espalharam pelo país, como ocorre toda sexta-feira desde o início da onda de protestos contra o regime do ditador Bashar Assad, em março. Segundo ativistas, 32 pessoas foram mortas ontem pelas forças de segurança.
Moradores da cidade de Maarat al-Numaan, no noroeste do país, contaram que pela primeira vez helicópteros foram usados para dispersar os protestos.
Segundo outros relatos, milhares de manifestantes surpreenderam as forças de segurança e incendiaram uma corte de Justiça e uma delegacia policial em Maarat al-Numaan. O Exército respondeu com disparos de tanques contra a cidade.
Maarat al-Numaan fica 35 km ao sul de Jisr al-Shughur, que nesta semana virou um dos principais focos de resistência. Na segunda-feira, o governo acusou os manifestantes de matarem 120 policiais na cidade, que desde então passou a ser cercada pelo Exército.
Reação turca
Um acampamento foi montado para receber os refugiados, enquanto organizações de direitos humanos alertam para a iminência de uma crise humanitária, caso a repressão síria prossiga. Os que escaparam contam que grande parte dos mortos em Jisr al Shughur foram policiais executados por superiores ao se recusarem a disparar contra manifestantes.
A pressão aumentou depois que a Turquia, um dos únicos aliados do ditador na região, passou a criticar duramente a repressão.