Tropas sírias tomaram o controle da cidade de Deir el-Zor, no leste do país, nesta quarta-feira, após intensos bombardeios e disparos, informou um ativista, enquanto a comunidade internacional intensifica a pressão sobre o presidente Bashar Assad para que encerre a violência.
O ativista em Deir el-Zor disse que o bairro leste de Mattar Qadim foi o último a ser dominado. A cidade está sob ataque das forças do presidente há quatro dias. "Eles atiram contra qualquer coisa que se mova", disse o ativista, que falou por telefone com a Associated Press em condição de anonimato. "A situação é terrível. Padarias e farmácias estão fechadas e comida e alimentos para bebês são escassos."
Há cinco meses as forças sírias usam força pesada para tentar conter o levante. Autoridades sírias dizem que as manifestações são de responsabilidade de terroristas e criminosos, enquanto os manifestantes afirmam que estão desarmados e apenas querem reformas.
Grupos de direitos humanos dizem que cerca de 1.700 pessoas foram mortas desde março e uma agressiva campanha militar teve início no começo do mês sagrado do Ramadã, uma semana atrás, que também já deixou centenas de mortos. Ataques em cidades onde há grandes manifestações deixaram mais de 20 mortos somente na terça-feira.
Com o agravamento da situação no país, a comunidade internacional aumentou a pressão a Assad. Enviados da Índia, Brasil e África do Sul devem chegar a Damasco nesta quarta-feira e se reunir com o ministro de Relações Exteriores Walid al-Moallem.
Na terça-feira, o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, pediu a Assad que encerre os ataques, enquanto autoridades norte-americanas disseram que o governo de Barack Obama se prepara para exigir explicitamente sua saída. Assad tem ignorado a pressão.
A agência de notícias estatal síria informou que o presidente disse a Davutoglu que o governo vai combater implacavelmente os "grupos terroristas", termo geralmente usado pelas autoridades sírias para oponentes, mesmo que a maioria dos mortos seja formada por manifestantes pacíficos e desarmados.
Na manhã desta quarta-feira, tropas sírias lançaram uma operação em três subúrbios da capital Damasco e também na vila de Sarmin, no noroeste, onde uma mulher foi morta e três pessoas ficaram feridas, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres.
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