• Carregando...
 | JEFF SWENSEN/AFP
| Foto: JEFF SWENSEN/AFP

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira seu plano para a política externa e o combate ao Estado Islâmico (EI). Comparando a luta contra o terrorismo à Guerra Fria, ele afirmou que qualquer país que queira trabalhar com os Estados Unidos para derrotar o terrorismo islâmico será um aliado, independente de diferenças ideológicas e estratégicas. E, no discurso em Ohio, Trump prometeu ainda suspender temporariamente a imigração de ‘países que exportam terroristas’ – caso seja eleito.

No início da sua fala, Trump relembrou uma série de ataques terroristas que atingiram os Estados Unidos e a Europa nos últimos meses. O magnata ressaltou o massacre que matou dezenas de pessoas na boate Pulse, em Orlando — lembrando que este foi um atentado especificamente contra a comunidade LGBT. E ainda citou os atos de violência dos extremistas contra as populações sob seu controle, incluindo crucificações, massacres, execuções em massa.

“Não podemos deixar este mal continuar. Não podemos deixar a ideologia cruel do radicalismo islâmico se espalhar dentro dos nossos próprios países, afirmou, novamente criticando o presidente americano, Barack Obama, por não usar a expressão “radicalismo islâmico”. “Mas não faremos isso com olhos fechados e em silêncio. Qualquer um que não nomeia nosso inimigo não tem a clareza moral para servir como nosso presidente”.

Caso seja eleito, Trump promete uma nova abordagem na política externa dos EUA, cujo principal objetivo será conter o avanço do radicalismo islâmico. Ele disse que convocará uma conferência internacional para discutir a luta contra o Estado Islâmico ao lado de todos os países que partilharem do mesmo objetivo, independente de diferenças ideológicas e estratégicas. No Oriente Médio, o magnata pretende trabalhar com os governos de Israel, Jordânia e Egito, afirmou sob aplausos dos seus apoiadores.

“Todas as ações deveriam ser orientadas neste sentido e qualquer país que tiver este objetivo será nosso aliado. Não podemos sempre escolher nossos amigos mas não podemos nunca deixar de reconhecer nossos inimigos”.

Após se envolver em uma nova polêmica na semana passada por afirmar que Obama era o “fundador do Estado Islâmico”, Trump voltou a classificar de negligentes as políticas externas do presidente e da sua ex-secretária de Estado, Hillary Clinton. O magnata chegou a voltar atrás sobre sua última declaração, dizendo que estava sendo “sarcástico”, mas voltou nesta segunda-feira a responsabilizar os democratas pelo avanço do Estado Islâmico no Oriente Médio.

“Antes de Obama e Hillary, a Líbia e a Síria estavam sob controle. O Egito viu o terrorismo crescer. O Iraque está um caos. Foram absolutos desastres. O EI se espalhou pelo Oriente Médio e pelo Ocidente. O EI está tentando botar refugiados na Europa e nos EUA”, disse Trump

Política migratória

O magnata apresentou uma nova proposta para a imigração, na qual os Estados Unidos parariam de emitir vistos em casos que não puderem ser adequadamente avaliados. Esta será a versão mais recente de uma política que começou com o apelo sem precedentes de Trump para barrar temporariamente a entrada de muçulmanos estrangeiros no país — uma medida que foi fortemente criticada até por republicanos.

Segundo seus assessores, o candidato também deve propor a criação de um novo exame ideológico para a admissão no país, que irá avaliar as posições de um candidato sobre questões como liberdade religiosa, igualdade de gênero e direitos dos homossexuais. Através de questionários, pesquisas em redes sociais, entrevistas com amigos e familiares ou outros meios, os requerentes seriam avaliados para ver se suportam valores americanos como tolerância e pluralismo.

“Quem não respeitar a nossa constituição e abraçar uma sociedade americana tolerante, não deve receber vistos. Para isso, vou suspender temporariamente a imigração de países que tem a tradição de exportar terroristas”.

Seu discurso acontece num momento em que Hillary criticou o chefe de campanha do seu rival por vínculos com o Kremlin. O “The New York Times” publicou no domingo à noite que Paul Manafort recebeu US$ 12,7 milhões do ex-presidente ucraniano pró-Rússia por trabalhos de consultoria durante cinco anos. Manafort nega.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]