O virtual candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica na América do Sul ao dizer que seu país poderá se transformar em uma Argentina ou em uma Venezuela caso perca as eleições.
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“Se eu não ganhar, haverá mais pessoas como as que foram colocadas nos últimos anos [na Suprema Corte]. Teremos uma Corte que mudará esse país para um nível que vocês nunca viram antes. Vocês terão tipos como Bernie Sanders [candidato que se define como socialista]. Será um país totalmente diferente. Será [como a] Argentina. Será [como a] Venezuela”, afirmou, por telefone, a um programa de TV da rede CNBC.
Instantaneamente, todos os jornais da Argentina deram destaque à fala do bilionário. No Twitter, pipocaram comentários como “filho, se você não estudar, será como Trump” ou “a quem importa a opinião de um imbecil como Trump?”.
O candidato disse ainda que a Suprema Corte é um dos principais assuntos para os Estados Unidos hoje, referindo-se à idade avançada dos magistrados e à possibilidade de um presidente democrata dar um perfil mais liberal ao Judiciário. Segundo os cálculos de Trump, cinco juízes poderão ser indicados pelo próximo mandatário.
Em fevereiro, com a morte do conservador Antonin Scalia, já foi aberta uma vaga na mais alta instância do Judiciário americano. Barack Obama tentou nomear Merrick Garland para a cadeira vazia, mas a bancada republicana do Senado o impediu, com a justificativa de que a designação de um magistrado ficará para o futuro presidente.
Poderia ser pior, diz Obama sobre possível candidatura de Trump
O candidato republicano Donald Trump não tem apoio na Casa Branca. Mesmo assim, segundo o presidente Barack Obama, a situação poderia ser pior, caso o senador Ted Cruz fosse o candidato. As conquistas atingidas no governo Obama têm mais chance de sobreviver ao mandato de Trump do que ao de Cruz, senador do Texas, que abandonou a disputa.
Enquanto Cruz se opunha às novas relações com Cuba, estabelecidas por Obama, Trump diz que “tudo bem”, mas destaca que os Estados Unidos poderiam ter feito um acordo melhor. Trump também aderiu a elementos essenciais do sistema de saúde. O pré-candidato também assumiu um “tom mais ameno” do que Cruz em relação aos direitos dos gays e dos transexuais.
Donald Trump, contudo, é opositor assumido de Obama e o classifica como “o pior presidente que os Estados Unidos já tiveram”. Ele prometeu que, caso seja eleito, acabará com as políticas migratórias, assumidas por Obama, e que levantará um muro na fronteira com o México. Trump também não prioriza preocupações sobre as mudanças climáticas.
Para Hillary Clinton, provável candidata democrata, essas são as principais razões para que cidadãos que querem manter o legado de Obama votem nela.
“Trump construiu sua campanha política com base em uma conspiração conta o presidente e promete derrubar a realizações do governo. Ele é um risco muito grande para qualquer um que se preocupe com o legado do presidente Obama”, declarou Jesse Freguson, porta-voz de Hillary.
A equipe de Obama está otimista que, caso Trump seja o candidato republicano, o governo será sucedido por um presidente democrata. A grande questão na Casa Branca é se Trump pode se reformular com sucesso na eleição sem provocar reação dos eleitores que procuram pureza ideológica.
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