Milhares de tunisianos ocuparam as ruas do país de forma pacífica neste sábado (14) para comemorar um ano da queda do ditador Zine El Abidine Ben Ali, uma conquista que influenciou levantes pela região, que ficaram conhecidos como Primavera Árabe.
Os tunisianos comemoram o aniversário com um otimismo prudente, em meio a preocupações com a alta taxa de desemprego, que atinge 20%, ante 13% um ano atrás. O turismo, principal fonte de recursos da economia do país, escasseou, assim como os investimentos estrangeiros. Mas agora, um ativista pelos direitos humanos tornou-se presidente e um islamista moderado (preso por anos pelo antigo regime) é o primeiro-ministro, depois de uma inédita eleição livre.
O levante começou na Tunísia em 17 de dezembro de 2010, quando, desesperado, um vendedor de frutas ateou fogo ao próprio corpo. O episódio liberou uma onda de raiva e frustração entre seus compatriotas que correu o país. Em menos de um mês, o presidente Ben Ali foi forçado a sair do poder. Em 14 de janeiro de 2011, fugiu para a Arábia Saudita. As marchas pacíficas deste sábado, um dia ensolarado, refletem uma nova atmosfera no país. Sob gritos de "deus é grande", muçulmanos caminhavam ao lado de esquerdistas e nacionalistas, celebrando a liberdade e prestando homenagens aos 200 mortos durante o levante.
Líderes da região saudaram o aniversário, incluindo o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, que enfrentou protestos em seu próprio país no ano passado; o chefe do governo interino da Líbia, Mustafa Abdel-Jalil, que ajudou a depor Muamar Kadafi, e o emir do Catar. "O processo democrático que se iniciou é irreversível, depois de um passado difícil", disse o presidente tunisiano e ex-exilado Moncef Marzouki.
Para marcar o aniversário, o novo governo da Tunísia perdoou 9 mil condenados da Justiça e converteu as penas de mortes a mais de cem prisioneiros para prisão perpétua, de acordo com a agência estatal de notícias, TAP. As informações são da Associated Press.
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