As alterações no Acordo de Schengen , para o controle das fronteiras na Europa, debatidas ontem pelos ministros do interior da União Europeia, podem mudar a rotina dos turistas que viajam pelo continente e tornar mais burocrático o trânsito entre os países.
Um brasileiro que for viajar para a Europa hoje, por exemplo, não precisa de visto se for ficar até 90 dias e pode transitar livremente pelos 25 países que participam do Acordo de Schengen. Somente para entrar no primeiro país é preciso apresentar alguns documentos, como passaporte, seguro de saúde e comprovantes de que tem alojamento e condições financeiras para se manter.
Se a medida dinamarquesa de restabelecer controle em suas fronteiras se repetir em outros países, quem for para a Europa com o intuito de fazer somente turismo levará mais tempo para passar de um país para outro. "É uma volta ao passado. Os imigrantes ilegais são uma minoria em relação aos turistas", diz o diretor de capacitação da Associação Brasileira das Agências de Viagens Nacional (Abav), Antônio Azevedo.
Celso Tesser, que trabalha na área há 35 anos e é presidente da Abav no Paraná, recorda que, antes do Acordo de Schengen, turistas que queriam viajar por países europeus chegavam a ter que ir até São Paulo para a expedição dos vistos. Na opinião dele, não haverá nenhum país que voltará a exigir visto para turistas.
Se o controle das fronteiras voltar a vigorar, o passaporte é que será exigido internamente. Para Tesser, isso não causará diminuição do fluxo de turistas. "A demanda está muito grande aqui no Brasil. Só que vai ser mais trabalhoso se voltarem a vistoriar os passaportes na entrada de cada país", explica o presidente da Abav-PR.
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