O diretor de uma emissora venezuelana que será fechada pelo governo acusou na quinta-feira o presidente Hugo Chávez de tentar silenciar opiniões dissidentes e informações que não lhe sejam favoráveis.
Chávez, que afirma estar conduzindo o país ao socialismo, anunciou que não vai renovar a concessão da Rádio Caracas Televisión (RCTV) alegando que ela é golpista. O governo diz que a licença vence em maio, o que a empresa contesta.
``O governo tem uma linha, que é [permitir que] somente se conheça a sua verdade'', disse Marcel Granier, diretor-geral da RCTV, em entrevista coletiva na qual afirmou que a licença expira apenas em 2022.
Em seus oito anos de governo, Chávez criou vários meios de comunicação estatais, pelos quais emite longos discursos, além da Telesur, que se dispõe a ser uma versão latino-americana da CNN.
No polarizado país petroleiro, vários meios de comunicação fazem oposição explícita e cerrada ao presidente, que por sua vez os acusa de ter apoiado o breve golpe de Estado que ele sofreu em 2002 e a longa greve geral iniciada meses depois.
O ministro da Informação, Willian Lara, disse recentemente que o canal 2, como é conhecido, poderá continuar atuando como TV paga e produtora, e que o governo não pretende confiscar seus bens.
Mas ele sugeriu à RCTV que venda ao governo as repetidoras mantidas em todo o país, já que o Estado pretende assumir a programação do canal 2 no dia seguinte ao fim da concessão.
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