A rede de TV estatal do Irã exibiu nesta quinta-feira (12) o que afirma ser uma confissão da mulher condenada à morte por adultério. Ela teria admitido também participação no assassinato do marido. Mas a autenticidade dessa gravação foi questionada por organizações de defesa dos direitos humanos.
A suposta confissão foi ao ar num programa da televisão estatal iraniana. Durante entrevista, Sakineh Ashtiani teria confirmado o adultério e a participação no assassinato do marido, num plano elaborado junto com um primo dele.
Mas como o rosto estava escondido por um efeito e a voz dublada de um dialeto local para o farsi, a língua mais falada no Irã, fica difícil confirmar que a pessoa era mesmo Sakineh.
Pelo adultério, ela foi condenada à morte. Inicialmente, a pedradas, depois, por enforcamento, de acordo com a interpretação da sharia, a lei islâmica em vigor no Irã. A Anistia Internacional criticou o depoimento, dizendo que este método tem sido usado repetidamente pelas autoridades.
Durante a entrevista, a mulher também teria criticado seu advogado, Mohammad Mostafaei, por ter dado publicidade ao caso, e ter envergonhado a família dela. Mostafaei fugiu para a Noruega, onde pediu asilo.
O advogado afirmou que sua cliente foi obrigada a confessar os crimes e que o governo iraniano pode tentar usar a confissão como desculpa para executá-la pelo assassinato, e não apenas pelo adultério. Ele diz ainda que não se arrepende de ter tornado a história pública, porque sem isso, Sakineh não teria nenhuma chance de salvação.