Poucas horas depois de um tiroteio provocado por insurgentes pró-Rússia no leste da Ucrânia, que deixou pelo menos três mortos, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia emitiu um comunicado culpando nacionalistas ucranianos pelo ocorrido. Ao mesmo tempo, a TV estatal russa veiculou fotos que supostamente provam o envolvimento de militantes ucranianos no tiroteio.

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Enquanto o Ministério do Interior da Ucrânia afirma que o ataque foi orquestrado fora do país e que deixou três mortos, o governo russo diz que o número de mortos chegou a cinco, sendo três deles ativistas pró-Rússia.

O confronto armado foi o primeiro desde que foi assinado um acordo internacional em Genebra, na quinta-feira (17), para aliviar tensões no leste da Ucrânia, onde manifestantes pró-Russia tomaram prédios do governo em pelo menos dez cidades. A Ucrânia, assim como muitos no Ocidente, teme que confrontos gerem um pretexto para a Rússia tomar outras partes do território ucraniano depois da anexação da Crimeia no mês passado.

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A Rússia tem dezenas de milhares de tropas ao longo de sua fronteira com a Ucrânia. As autoridades russas originalmente afirmaram que as tropas estavam no local para exercícios militares, mas o porta-voz do presidente Vladimir Putin reconheceu no sábado que algumas tropas se encontram na fronteira devido à instabilidade na região.

Após as conversas realizadas semana passada em Genebra, diplomatas da Ucrânia, da Rússia, dos EUA e da União Europeia pediram uma série de ações, incluindo o desarmamento de grupos militantes e a liberação dos edifícios públicos tomados pelos insurgentes.

Esses termos rapidamente se transformaram em uma questão controversa, na medida em que grupos armados pró-Rússia que tomaram postos policiais e outros prédios públicos no leste da Ucrânia afirmaram que não abandonarão esses locais a não ser que o governo ucraniano interino renuncie.

Os insurgentes afirmam que as autoridades de Kiev, que assumiram o poder após o ex-presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovych ter sido derrubado em fevereiro depois de meses de protestos, visam censurar os defensores da Rússia na Ucrânia. O leste do país, que era a base de apoio de Yanukovych, tem uma parcela substancial da população de língua russa.

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