Milhares de manifestantes marcharam pelo centro da capital da Ucrânia, Kiev, neste domingo, desafiando uma proibição do governo de realizar protestos na Praça da Independência, na maior demonstração de repúdio pela recusa do presidente Viktor Yanukovych em assinar um acordo com a União Europeia.
Gritos de "revolução" ressoaram no mar de bandeiras da Ucrânia e da UE que encheram a praça, onde o governo havia proibido comícios a partir deste domingo. A multidão era, de longe, a maior desde o início dos protestos, que começaram há mais de uma semana. Muitos dos manifestantes viajaram da Ucrânia Ocidental para Kiev, onde o sentimento pró-UE é particularmente forte.
"Estamos furiosos", disse Mykola Sapronov, um empresário aposentado de 62 anos. "Os líderes devem renunciar. Queremos que a Europa e a liberdade."
Protestos foram realizados diariamente em Kiev por mais de uma semana, após Yanukovych desistir de um acordo que teria estabelecido o livre comércio e uma cooperação política mais profunda entre a Ucrânia e a UE. Ele justificou a decisão dizendo que a Ucrânia não podia arcar com uma quebra dos laços de comércio a Rússia.
O acordo com a UE deveria ter sido assinado sexta-feira (29) e desde então os protestos ganharam força. A manifestação deste domingo também foi alimentada pela raiva contra a violência na dispersão de centenas de pessoas que estavam na Praça da Independência na madrugada de sábado. Alguns dos manifestantes ficaram feridos na cabeça e nos braços.
Enquanto uma grande massa manifestantes se aproximava da praça neste domingo, as barreiras metálicas que bloqueavam o local foram retiradas e os policiais deixaram a praça.
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