Tropas russas desembarcam em cidade próxima à região do conflito com a Georgia, na Ossétia do Sul| Foto: Vladimir Popov/Reuters
Os médicos de um hospital local transferiram pacientes para um porão fracamente iluminado depois que as explosões abriram grandes buracos nos andares superiores.
Mulher georgiana chora, com a criança no colo, em frente ao bloco de apartamentos civis bombardeados por tropas russas
Homem chora sobre o corpo de seu irmão, na cidade de Gori, bombardeada pelos russos
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A Comissão Européia pediu na segunda-feira à Rússia que suspenda imediatamente as ações militares na Geórgia, e a Otan acusou Moscou de usar força excessiva. "Pedimos à Rússia que pare imediatamente toda a atividade militar em território georgiano", disse Krisztina Nagy, porta-voz da Comissão, pedindo moderação a ambas as partes.

"Consideramos que os fatos mais recentes, como a transposição da fronteira georgiana por parte das tropas russas, mudam a dimensão do conflito." Nagy disse que a Comissão apóia os esforços diplomáticos para resolver a crise, "em total respeito pela integridade territorial e soberania da Geórgia".

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O governo georgiano tem apoio do Ocidente e acusa a Rússia de tentar derrubá-lo. A Rússia diz que agiu para garantir a estabilidade na região separatista georgiana da Ossétia do Sul. Essa república há mais de dez anos goza de autonomia sob a proteção de Moscou, mas na semana passada Tbilisi enviou tropas para tentar recuperá-la.

Na quarta-feira, os chanceleres da UE realizarão uma reunião de emergência para ouvir o relato de Bernard Kouchner, o ministro francês de Relações Exteriores, que tenta estabelecer uma mediação.

Kouchner propôs um cessar-fogo imediato, o recuo das tropas para as posições prévias a 6 de agosto, o envio de uma força internacional e o respeito à integridade territorial da Geórgia.

Na segunda-feira, o ministro francês saiu de uma reunião com Saakashvili dizendo que o presidente georgiano está "determinado a fazer a paz". Na terça-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deve ir a Moscou para discutir o assunto com seu colega Dmitry Medvedev.

Otan preocupada

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A Otan também se disse "seriamente preocupada com o uso desproporcional da força por parte dos russos e com a falta de respeito pela integridade territorial da Geórgia". "As operações militares, inclusive os ataques aéreos e com mísseis, não têm relação e vão bem além da operação de manutenção de paz da CEI", disse a porta-voz Carmen Romero, referindo-se à Comunidade de Estados Independentes, um bloco de ex-repúblicas soviéticas liderado pela Rússia.

A Otan irritou Moscou em abril ao dizer que a Geórgia, também uma ex-república soviética, um dia poderia ser parte da aliança militar ocidental. A chanceler georgiana, Ekaterine Tkeshelashvili, se reúne na terça-feira em Bruxelas com embaixadores da Otan para discutir a crise. Ela também será recebida pelo secretário-geral da entidade, Jaap de Hoop Scheffer, e participará de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte.

Romero acrescentou que a Otan apóia as mediações internacionais, baseadas na preservação da integridade territorial georgiana, mas não tem mandato para intervir diretamente em conflitos no Cáucaso.