A União Europeia (UE) recompensou o mais alto integrante do governo de Muamar Kadafi que deixou o governo com o descongelamento de seus bens e o encerramento da proibição de viagem, que o impedia de visitar qualquer um dos 27 países do bloco.
O fim das sanções contra o ex-ministro de Relações Exteriores Moussa Koussa - decidido na terça-feira, mas tornado público apenas nesta quinta - é, pelo menos em parte, uma tentativa de incentivar outros altos integrantes do governo líbio a desertar, disse um funcionário da UE.
O encerramento exigiu o consentimento de todos os países da UE. Mas o funcionário disse que a medida foi tomada a pedido da Grã-Bretanha, para onde Koussa viajou em 30 de março. O funcionário falou em condição de anonimato. O Ministério de Relações Exteriores britânico emitiu um comunicado hoje explicando a medida. "Sanções são introduzidas para invocar a mudança de comportamento e como Moussa Koussa escolheu deixar o regime ele não é mais alvo de sanções por esta razão", diz a nota.
Koussa foi um confiável conselheiro de Kadafi e tem sido responsabilizado por algumas das brutalidades cometidas pela Líbia. Ele foi o chefe de inteligência do país por mais de uma década e esteve ciente de todos os movimentos internos do regime e tem sido exaustivamente interrogado por funcionários britânicos.
A oposição líbia o culpa por assassinatos de dissidentes em capitais ocidentais e por orquestrar o atentado a bomba sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, e pela explosão de outro jato sobre o Níger, um ano mais tarde. As acusações nunca foram confirmadas.
Nos últimos anos, Koussa teve uma participação importante em persuadir os países ocidentais a encerrar as sanções contra a Líbia e remover o país da lista de patrocinadores do terrorismo.
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