A União Européia proibiu nesta quinta-feira (25) a importação de alimentos para crianças que contenham leite chinês. A restrição ocorre em meio ao escândalo do leite em pó contaminado no país asiático, que já matou quatro bebês e deixou mais de 54 mil crianças doentes. O leite chinês estava contaminado pela melamina, um produto químico usado na indústria de plásticos.
O bloco de 27 nações se soma à lista de países que baniram ou restringiram os produtos lácteos chineses. Além da proibição, a Comissão Européia pediu maior controle sobre as importações de alimentos chineses.
Segundo médicos, em pequenas quantidades a melamina não causa danos, mas em grandes quantidades pode causar pedras nos rins e até a morte por falência renal.
Todos os outros produtos importados que contenham mais de 50% de leite em pó deverão ser testados segundo regras mais rígidas a partir desta sexta-feira. Especialistas do bloco europeu afirmaram que havia apenas um risco pequeno, mas a Comissão Européia afirmou que tratava-se de uma precaução.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Unicef e o Fundo da ONU para a Infância divulgaram um comunicado conjunto, demonstrando preocupação com a crescente crise. "Ainda que qualquer tentativa de enganar o público na área da produção alimentar e do marketing seja inaceitável, a contaminação deliberada de alimentos a serem consumidos por crianças vulneráveis e jovens crianças é particularmente deplorável", afirmou o texto.
A melamina foi encontrada em fórmulas para crianças de 22 companhias de laticínios chinesas. Acredita-se que os fornecedores, tentando cortar custos, adicionaram água ao leite. Com a melamina, porém, a fraude não era detectada, pois a substância dava a falsa impressão de que a mistura continha o mesmo valor protéico do leite puro.