Chegou a hora de repetir a experiência que mobilizou a Igreja por quatro anos na década de 60? Há quem pense que sim. "O mundo evolui depressa. É preciso parar para pensar com mais freqüência", argumenta o engenheiro carioca Hélio Amorim. O grupo Proconcil recolhe assinaturas na internet e, apesar de listar bispos e até cardeais, baseia-se na mobilização leiga.

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No entanto, Amorim não quer um concílio nos moldes do Vaticano II. "Precisamos de um processo em que os problemas sejam debatidos na base. Deve haver representação de todo o povo, não só dos bispos", defende. Na pauta, questões como o celibato clerical, o sacerdócio feminino, bioética, contracepção artificial e moral sexual, áreas em que, para o engenheiro, a Igreja deve rever sua posição.

Dom Waldyr Calheiros, bispo emérito de Volta Redonda (RJ), afirma que um novo concílio seria uma experiência rica para os bispos, pois nenhum "da ativa" esteve no Vaticano II. Vários padres conciliares discordam. "O Vaticano II ainda tem de ser implementado em toda a sua riqueza. Um novo concílio seria como uma casa nova sobre outra ainda não totalmente estruturada", diz dom Serafim Fernandes de Araújo. Para dom Jaime Coelho, de Maringá, os sínodos (como o de outubro) e conferências episcopais têm feito um bom trabalho.

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Embora não vejam chance de concílio no futuro próximo, os bispos não descartam a idéia de discussão. "Enquanto houver mundo, e presença da Igreja, haverá necessidade de novos concílios. A Igreja não tem pressa. Na Vigília Pascal, ela proclama: Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre", diz dom Serafim.