Um terço dos jornalistas presos em todo o mundo está no Irã, disse o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) nesta terça-feira após o número de repórteres detidos na República Islâmica ter subido para 52 em fevereiro.
A China tem 24 jornalistas detidos e Cuba, 22. O número de repórteres presos no Irã foi o maior já registrado pelo CPJ em um único país desde 1996, quando foram documentados 78 casos na Turquia.
Várias publicações no Irã foram fechadas e muitos jornalistas detidos desde os protestos iniciados após a reeleição do presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, no ano passado.
Em fevereiro, houve um aumento de cinco repórteres presos em relação ao mês anterior - 12 profissionais foram detidos, mas sete foram liberados, segundo a CPJ.
Dos 52 jornalistas na cadeia, cinco já estavam presos antes da repressão do ano passado, disse o CPJ. Outros 50 jornalistas foram detidos e liberados após o pagamento de fiança nos últimos meses.
"O Irã está entrando em estado de repressão permanente da imprensa, uma situação que não é só apavorante, mas também indefensável", disse o diretor-executivo do Comitê, Joel Simon.
"O governo do Irã perderá em algum momento a guerra contra a informação, mas estamos tristes que todos os dias nossos colegas estão pagando um preço tão terrível".
A polêmica reeleição de Ahmadinejad em junho de 2009 mergulhou o Irã em sua pior crise interna desde a Revolução Islâmica, há 30 anos.
Líderes opositores reformistas e seus partidários afirmam que o pleito foi fraudado para garantir a reeleição de Ahmadinejad, acusação negada pelas autoridades.
Linhas-duras acusam os líderes opositores Mirhossein Mousavi e Mehdi Karoubi de incitar os protestos e os chamam de "inimigos de Deus" - um crime punido com a morte pela Lei Islâmica iraniana.
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