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Os ministros de Relações Exteriores da União Européia decidiram nesta sexta-feira (5) enviar uma nova agenda política ao futuro presidente dos Estados Unidos, na esperança de relançar as relações bilaterais.

Sem tomar partido entre John McCain ou Barack Obama, os 27 ministros manifestaram esperança de uma relação mais próxima com o sucessor de George W. Bush, apesar dos desafios iminentes no cenário internacional. O conclave informal ocorreu no palácio dos antipapas de Avignon, no sul da França.

"Vamos intensificar o trabalho de preparar um documento sobre os laços transatlânticos, que será enviado aos nossos amigos norte-americanos [depois das eleições]", disse a jornalistas o chanceler francês, Bernard Kouchner, que presidiu o encontro.

O ministro sueco, Carl Bildt, disse que o texto deve mencionar áreas como o processo de paz no Oriente Médio, as ambições da Rússia, o programa nuclear do Irã, a mudança climática e a cooperação no Afeganistão e nos Bálcãs.

Em 2003, parte da Europa (especialmente França e Alemanha) se opuseram à decisão norte-americana de invadir o Iraque. O chanceler britânico, David Miliband, disse a jornalistas que tais divisões estão ficando para trás.

Segundo ele, Europa e EUA têm "uma grande oportunidade de trabalhar juntos, não à custa das potências emergentes de Índia e China, mas como forma de guiá-los para o sistema global e garantir que a responsabilidade seja exercida por todas as potências no mundo moderno".

A elite política européia acredita que a partir do ano que vem haverá novas demandas também de Washington em relação à UE. Um alto funcionário do bloco especulou que tanto McCain quanto Obama pressionariam os europeus por sanções mais duras ao Irã e por mais envolvimento militar, civil e econômico no Afeganistão, além de uma melhor cooperação entre UE e Otan.

Na questão do aquecimento, as posições de Obama estão mais afinadas com as da UE do que as de McCain.

Além disso, alguns funcionários do bloco vêem com preocupação a proposta de McCain de criar uma aliança global de democracias, pois isso poderia dividir desnecessariamente o mundo em dois campos e dificultar os contatos com China e Rússia.

As pesquisas de opinião demonstram uma clara preferência dos europeus por Obama, considerado mais diferente do impopular Bush e mais preocupado com questões como direitos humanos e diálogo com o Irã.

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