"Eu sinto algo entre alívio e tristeza. Eu estou feliz por ver minha filha, mas sua mãe não voltou", disse o pai de Baya a jornalistas pouco depois de reencontrar a filha| Foto: AFP

A única sobrevivente do acidente com um avião que caiu quando tentava posar no arquipélago de Comores, no Oceano Índico, encontrou-se com seu pai na França nesta quinta-feira (2).

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Baya Bakari, que mal pode nadar, segurou-se a destroços que flutuavam na água por mais de 12 horas antes de ser avistada por equipes de resgate no mar.

"Eu sinto algo entre alívio e tristeza. Eu estou feliz por ver minha filha, mas sua mãe não voltou", disse o pai de Baya, Bakari Kassim, a jornalistas no aeroporto Roissy, em Paris, pouco depois de saudar a filha em seu retorno de Comores.

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As equipes de resgate não conseguiram encontrar nenhum dos outros 152 passageiros e tripulantes desde que o Airbus A310 da empresa Yemenia caiu na água nas primeiras horas de terça-feira (30).

Aeronaves militares da França e dos EUA continuavam a sobrevoar o local do acidente na quinta-feira para localizar destroços, que podem estar a até 500 metros de profundidade na água.

Médicos locais, que se impressionaram com o fato de que Bakari sobreviveu com apenas alguns cortes, arranhões e uma clavícula quebrada, disseram que ela recebeu alta a pedido de seu pai.

"Foi a pedido do pai dela na França. A menina estava recuperando o ânimo e estava em um estado físico satisfatório", disse o médico Jean Youssef, chefe da unidade de desastre de Grande Comores.

Youssef disse que o hospital El Marouf, em Moroni, não tinha equipamentos para escanear o corpo da jovem a fim de encontrar algum dano interno.

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Bakari voltou à França em um avião do governo francês com o secretário de Cooperação do país europeu, Alain Joyandet.

Repórteres afirmaram que Bakari, que ainda não sabe que sua mãe morreu no acidente, estava grogue e não disse muitas coisas no aeroporto.

Funcionários do resgate suspeitam que muitos dos mortos no acidente permanecem presos dentro da aeronave e dizem que os esforços de busca devem se concentrar em encontrar os restos do avião.

"Tudo nos leva a crer que os corpos das vítimas permanecem dentro (do avião). Em dois dias nós não encontramos um corpo, nenhuma grande peça de destroço ou malas flutuando na água", disse o membro do centro de desastre Ibrahim Abdourazak à Reuters.

As causas do acidente ainda são desconhecidas, disseram autoridades.

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O Ministério da Defesa da França negou na quarta-feira relatos da companhia estatal de que a caixa-preta do avião havia sido recuperada.

A aeronave, que fazia o trecho final de uma viagem iniciada em Paris e Marseille, foi o segundo Airbus a cair no mar em um mês.

O primeiro avião, um Airbus A330 da Air France, caiu em 31 de maio no oceano Atlântico durante um voo entre o Rio de Janeiro e Paris.

A companhia aérea iemenita disse que havia 75 passageiros de Comores a bordo, além de 65 franceses, um palestino e um canadense. A tripulação era composta por seis iemenitas, dois marroquinos, um indonésio, um etíope e um filipino.

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