Ex-presidentes e ex-chanceleres colombianos de todos os partidos cerraram fileiras ao redor de Alvaro Uribe e expressaram seu apoio em meio às recentes tensões regionais com seus vizinhos Equador e Venezuela. Reunidos na chamada Comissão Assessora de Relações Exteriores, os integrantes pertencem tanto a grupos do governo, como o partido Conservador, quanto de opositores do Partido Liberal, um forte crítico da gestão interna de Uribe.
A reunião, por convite do governo, aconteceu na noite desta quinta-feira (13) na sede do Palácio de Nariño e se estendeu por cerca de cinco horas. Participaram do encontro ex-presidentes como o conservador Belisario Betancur (1982-1986) e os liberais César Gaviria (1990-1994) e Ernesto Samper (1994-1998). O ex-presidente conservador Andrés Pastrana (1998-2002) estava fora do país. Também participaram da reunião seis ex-chanceleres
Ao fim da reunião, Betancur foi o encarregado de ler, para a imprensa, um breve comunicado no qual os participantes expressaram "sua solidariedade e seu apoio à política do presidente" Uribe.
"Em um diálogo franco e construtivo, os membros (da comissão) expressaram seus critérios e opiniões que, acreditam, servirão como elemento positivo para as definições que o chefe de Estado deverá adotar na defesa dos mais altos interesses nacionais", declarou Betancur.
A Comissão Assessora também reafirmou que "em conformidade com a Constituição Nacional, corresponde de maneira exclusiva ao primeiro mandatário do país dirigir as relações internacionais da Colômbia".
O pronunciamento foi feito após recentes visitas de legisladores colombianos de oposição a Caracas, onde se reuniram com o presidente venezuelano Hugo Chávez. Os congressistas disseram que as visitas foram tentativas de aliviar tensões com a Venezuela.
O ex-chanceler Guillermo Fernández de Soto, que ocupou o cargo durante todo o mandato de Pastrana, disse que o respaldo a Uribe era necessário para "mostrar uma frente unida e um grande consenso" sobre temas de interesse nacional, apesar das diferenças com a gestão do atual presidente.
"Houve um grande consenso e há uma frente unida de apoio a Uribe sobre a situação que está ocorrendo entre nossos vizinhos, especialmente o Equador e a Venezuela", disse Fernández de Soto, por telefone.
Uribe tem sofrido pressões diplomáticas de países sul-americanos por causa de suas negociações para permitir que militares dos Estados Unidos usem bases militares colombianas. Países como a Venezuela consideram essa presença norte-americana uma ameaça para sua segurança, embora outros, como Brasil e Chile, tenham mostrado sua inquietação sobre o alcance real e quais as tarefas que serão realizadas pelos militares norte-americanos. As informações são da Associated Press.