O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, rejeitou nesta segunda-feira (26) a interferência de governos estrangeiros na campanha eleitoral após seu colega venezuelano, Hugo Chávez, dizer que um mandato do candidato governista, Juan Manuel Santos, poderia provocar uma guerra.O presidente colombiano não mencionou Chávez diretamente, que nos últimos dias atacou Santos, candidato que prometeu dar continuidade às principais políticas de Uribe e declarou que, caso eleito, irá gerir com prudência as relações com a Venezuela.
"Essa intimidação, essa interferência indevida de um governo estrangeiro, ofende o povo colombiano, ofende todos os candidatos independentemente de serem candidatos que compartilham ou que estão em oposição às teses do governo", disse Uribe a jornalistas.
"O povo colombiano não vai aceitar essa chantagem, o povo colombiano é um povo que vota com consciência", disse ele, que passará o cargo de presidente ao seu sucessor em 7 de agosto.
O novo mandatário será eleito em votação no dia 30 de maio.
Há uma semana, Santos, candidato do Partido U, acusou Chávez de querer interferir nas eleições colombianas.
Chávez, que teve sérias diferenças com Santos quando este foi ministro da Defesa de Uribe, já o havia chamado de "uma ameaça" para a Venezuela e os outros países vizinhos da Colômbia.
Santos admitiu recentemente ter profundas diferenças ideológicas com Chávez, mas disse que se for eleito presidente irá gerir as relações com respeito e por meio de canais diplomáticos.
As relações entre Bogotá e Caracas atravessam a pior crise na história recente desde julho de 2009, quando Chávez ordenou o cancelamento do comércio binacional como represália a um acordo militar assinado entre Colômbia e Estados Unidos.