O Uruguai vai se retirar do Parlamento do Mercosul se Luis Alberto Lacalle vencer a eleição presidencial, disse nesta sexta-feira o candidato da oposição, que previu vida curta a essa instituição do bloco comercial.

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O ex-presidente Lacalle (1990-1995), de centro-direita, enfrenta em 29 de novembro o ex-guerrilheiro José Mujica, da esquerda governista, em um segundo turno eleitoral para a Presidência.

O ex-governante explicou que seu país está impedido de convocar eleições para representantes no Parlamento do Mercosul, que o Uruguai integra com Argentina, Brasil e Paraguai, devido a uma restrição constitucional.

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"Não se pode (legislar para habilitar eleições. É necessário) uma reforma constitucional que tem que passar pela aprovação popular", disse Lacalle a jornalistas estrangeiros.

"Portanto, assim que sairmos do Parlamento do Mercosul (...) aí começará a morte (do organismo), esperemos, quanto mais rápido, melhor", acrescentou o candidato do Partido Nacional.

Instalado em 2006, o Parlamento do Mercosul mostrou um funcionamento inexpressivo, com uma escassa capacidade de decisão e influência em um bloco dominado por rixas e conflitos comerciais entre sócios.

Segundo as pesquisas de opinião, Lacalle tem cerca de 40 por cento das intenções de voto, enquanto Mujica acumula cerca de 49 por cento.

Lacalle disse ainda que não vai dialogar com a Argentina enquanto manifestantes daquele país mantiverem bloqueada uma ponte internacional como protesto pela instalação de uma fábrica de celulose.

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A polêmica pela instalação da fábrica da empresa finlandesa Botnia no lado uruguaio de um rio limítrofe chegou até a Corte Internacional de Haia, e terá uma resolução no próximo ano.

"Com a ponte bloqueada o Uruguai não pode nem sequer falar porque é uma violação flagrante tolerada pelo governo argentino", disse Lacalle.