Por meio de sua assesoria de imprensa, a Consultoria Jurídica da USP negou ao G1, por e-mail, que a investigação de um suposto plágio científico envolvendo professores do Instituto de Física da universidade tivesse sido arquivada. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", a sindicância sobre o caso teria sido concluída em abril, e a reitoria da USP teria encerrado o procedimento sem divulgar os resultados da apuração.

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No entanto, segundo a Consultoria Jurídica da USP, "a informação não procede, pois não houve o arquivamento do processo". A nota oficial continua: "Dentro do âmbito da universidade, qualquer processo de apuração tem início por uma sindicância. O procedimento de sindicância, por sua vez, não se encerra com a elaboração do relatório final por parte da comissão formada para tal finalidade, uma vez que sua conclusão depende de outros atos, tais como a análise jurídica formal".

O próximo passo, afirma o órgão, é encaminhar esses resultados para outra instância. "Em decorrência do resultado da sindicância, o processo poderá ser encaminhado para a Comissão de Ética e/ou para instauração de processo administrativo. No caso em questão, a comissão de sindicância observou a necessidade do encaminhamento do processo à Comissão de Ética da USP, onde, atualmente, os autos se encontram para a devida apreciação", conclui o comunicado.

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Cópia?

O principal suspeito de plágio no caso é o diretor do Instituto de Física da USP, Alejandro Szanto de Toledo. No ano passado, Toledo, junto com outros colegas, foi acusado de plagiar artigos científicos de um pesquisador da mesma instituição, o recém-aposentado Mahir Hussein, membro do mesmo instituto da universidade, e de outros colegas da área. Toledo nega o plágio, dizendo que apenas trechos de exposição teórica e fórmulas (e não os dados de experimentos, a "verdadeira" parte científica de seus trabalhos) teriam sido copiados sem citar a fonte. Os cientistas acusados também afirmam já ter pedido correções às revistas científicas, remediando a falta de citações.

De acordo com a "Folha de S.Paulo", Hussein e seus colegas afirmam ter sido pressionados por ter vazado o problema para a imprensa, e já estudam entrar na justiça para obter o relatório produzido pela comissão de sindicância.