Mísseis antitanque disparados da Faixa de Gaza atingiram um ônibus escolar no sul de Israel nesta quinta-feira (7), ferindo duas pessoas e dando início a uma feroz retaliação israelense que matou cinco palestinos.
Israel realizou ataques aéreos e com tanques contra alvos do Hamas do outro lado da fronteira. Foi o ataque mais pesado contra o território costeiro desde a ofensiva militar dois anos atrás. Além dos mortos, 30 palestinos ficaram feridos, disse o funcionário israelense da área da saúde Adham Abu Salmiya.
Segundo ele, um dos mortos era um civil de 50 anos que estava sentado do lado de fora de sua casa quando foi atingido por um disparo de tanque. Outros três eram militantes atingidos perto da cidade de Rafah, no sul de Gaza. O quinto homem era um policial do Hamas.
A violência súbita ilustra a fragilidade da situação ao longo da fronteira entre Gaza e Israel, onde confrontos pequenos podem rapidamente se tornar um combate de guerra. Após dois anos de calma relativa, as tensões aumentaram nas últimas duas semanas. Para Israel, o ataque de hoje foi o mais sério do período, mas também estabeleceu as bases para um avanço estratégico. O Exército israelense colocou em prática pela primeira vez um novo sistema de defesa de mísseis, afirmando que o Domo de Ferro impediu que um foguete palestino atingisse seu alvo.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, ordenou que o Exército respondesse rapidamente ao ataque ao ônibus escolar e responsabilizou o Hamas pelo ataque. "Nós vamos responder até que se torne claro que o Hamas entende completamente que não podemos aceitar e não vamos aceitar tais eventos", disse ele numa base militar no sul de Israel.
O Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque ao ônibus, dizendo que foi uma resposta ao assassinato de três de seus líderes na semana anterior. Geralmente facções militantes menores assumem a autoria dos ataques e não o Hamas.
Funcionários palestinos informaram que tanques e escavadeiras israelenses estavam posicionados na fronteira entre Israel e Gaza e que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, estava telefonando para líderes no Egito, Turquia e Catar pedindo suas intervenções.
"Israel não vai nos assustar e não vai nos aterrorizar", disse o porta-voz do Hamas Ismail Radwan. "Vamos chamar as massas árabes e a revolução árabe para apoiar o povo palestino em Gaza e pedir a seus regimes e seus governos que interrompam o aumento da violência, que tem como objetivo criar uma nova poça de sangue na Faixa de Gaza. Israel deve ser responsabilizado pelas consequências disso", comentou.
O presidente de Israel, Shimon Peres, condenou o ataque em Nova York, onde participa de reuniões na Organização das Nações Unidas (ONU). "Este é mais um exemplo de que Gaza está se tornando um Estado terrorista", disse ele em comunicado. "Centenas de milhares de mães e crianças no sul de Israel não podem dormir sossegadas durante a noite por causa dos disparos de foguete de Gaza".
Ele também advertiu que a aprovação pela ONU de um Estado palestino independente não trará a paz porque a ONU não pode garantir a segurança em Israel. Peres afirmou que Israel acredita na solução de dois Estados, mas que ela precisa ser negociada entre Israel e os palestinos. As informações são da Associated Press.
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