O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite de ontem que o governo vai abrir um inquérito para investigar suspeitas sobre a morte do presidente Hugo Chávez, morto na terça-feira passada após complicações causadas por um câncer na região pélvica.

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O governo suspeita de que o câncer do mandatário tenha sido acelerado por envenenamento feito pelo que chamou de inimigos estrangeiros. A denúncia foi feita horas antes da morte de Chávez pelo próprio Maduro, que comparou o câncer do presidente à morte do líder palestino Iasser Arafat. Em entrevista à rede sul-americana Telesur, ele prometeu pressionar por uma investigação séria.

"Vamos buscar a verdade. Temos a intuição de que o nosso comandante foi envenenado por forças obscuras que o queriam fora do caminho".

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Chávez foi diagnosticado com câncer na região pélvica em junho de 2011 e passou por quatro cirurgias antes de morrer. Maduro disse que era muito cedo acusar alguém pelo câncer de Chávez, mas lembrou que os Estados Unidos tinham laboratórios com experiência em produzir doenças.

O presidente interino disse que cientistas estrangeiros serão convidados a participar de uma comissão do governo. O procedimento foi o mesmo usado pelos palestinos em novembro com o corpo de Arafat, após a rede de televisão "Al Jazeera" divulgar suspeitas de que ele teria sido envenenado.

A hipótese de envenenamento de Chávez foi levantada pela primeira vez pelo próprio mandatário, em 2011, quando descobriu a doença. A acusação foi ridicularizada pela oposição e outros críticos do governo, que veem a versão como uma teoria da conspiração.

Eleições

Na mesma entrevista, Maduro disse que, apesar do luto, os chavistas não podem se desarmar. "Não podemos nos dar ao luxo de parar nestes momentos. Jamais estivemos preparados para deixar de ver e aceitar que já não estaria na terra o comandante Chávez, mas devemos enfrentar a notícia".

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Sobre o plano de governo, o presidente interino disse que seguirá exatamente as mesmas propostas que o líder bolivariano propôs na eleição de outubro, quando obteve seu quarto mandato. "Continuaremos a seguir o sonho de Chávez a cada passo, graças ao método e ao legado que nos deixou".

As eleições estão previstas para 14 de abril. No pleito, Nicolás Maduro enfrentará o líder opositor e candidato em outubro, Henrique Capriles, pelo comando do Palácio de Miraflores, na primeira escolha de presidentes sem a participação de Chávez desde 1998.