Militares venezuelanos bloquearam a principal passagem na fronteira com a Colômbia nesta terça-feira, depois que o governo do presidente Hugo Chávez disse que paramilitares colombianos estão por trás do assassinato de dois soldados.
A matança foi o último caso de violência na região fronteiriça. Um grupo de quatro homens em motos emboscou e matou na segunda-feira os soldados venezuelanos em um posto de controle da fronteira, no Estado de Táchira, no oeste da Venezuela.
A Venezuela culpou paramilitares da Colômbia pelos assassinatos, ampliando o fosso diplomático entre o governo de Chávez e a administração do presidente colombiano, Alvaro Uribe, principal aliado dos Estados Unidos na região.
"Tristemente, nossos dois homens foram brutalmente assassinados por grupos operando na zona da fronteira, tentando espalhar o medo e criar uma atmosfera de insegurança", disse o chefe militar local, Franklin Márquez. Os tiros acertaram os soldados pelas costas.
Grupos de paramilitares, criados originalmente para combater as guerrilhas colombianas, operam na área da fronteira, assim como os rebeldes e também grupos criminosos que traficam gasolina e drogas.
Testemunhas na cidade fronteiriça venezuelana de San Antonio disseram que dezenas de soldados com um carro blindado e metralhadoras assumiram o controle da estrada que faz a ligação com a localidade colombiana mais próxima, Cúcuta.
Longas filas de carros se formavam dos dois lados da fronteira enquanto centenas de moradores da região atravessavam a pé, sob uma ponte, carregados de malas e sacolas com mercadorias, disseram testemunhas à Reuters.
Em visita a Táchira, o vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizález, disse que não houve o fechamento formal da fronteira. "Mas nós somos obrigados a adotar medidas estritas de controle", afirmou.
Autoridades venezuelanas disseram ter prendido um homem em conexão com o incidente de segunda-feira.
O assassinato dos soldados foi o mais recente de uma série de incidentes na fronteira, incluindo prisões de ambos os lados e a descoberta de 10 corpos de homens, que a Venezuela disse que eram na maioria de paramilitares colombianos.
Um dos maiores incidentes entre os dois países foi a prisão de três homens na Venezuela - dois colombianos e um venezuelano - acusados de espionarem para a Colômbia.
Chávez cortou relações com Bogotá e reduziu o comércio bilateral no começo do ano.
O ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, disse durante visita ao Equador que seu governo está pronto para dialogar com a Venezuela para reduzir as tensões.