Procurador-geral Tarek Saab apresenta resultados das investigações sobre o suposto atentado contra o ditador venezuelano Nicolás Maduro| Foto: FEDERICO PARRA/AFP

Chega a 34 o número de indiciados no suposto atentado ao ditador Nicolás Maduro. A informação é Tarek William Saab, procurador-geral nomeado pela Assembleia Constituinte e que está a frente das investigações. “Não descartamos a possibilidade que este número aumente”, disse ele, acrescentando que até agora 14 deles foram presos. 

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Entre os detidos pelo regime estão o deputado Juan Requenses, o coronel Pedro Javier Zambrano Hernandes e o general da divisão da Guarda Nacional Bolivariana Alejandro Pérez Gámez. 

“No caso particular de Juan Requesens, foi acusado de traição, tentativa de homicídio doloso qualificado contra o Presidente da República. Ele também foi acusado de tentativa de homicídio motivado intencionalmente cometido com traição e por motivo ignóbil contra 7 soldados, terrorismo, organização criminosa, instigação pública continuada e posse ilegal de armas e munições", afirmou Saab. 

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Segundo o procurador, as provas contra o deputado se baseiam em vídeos, áudios confissões e testemunhos.  Requesens foi preso na terça-feira (7). Segundo o partido de oposição Primero Justicia, ele foi capturado por 14 agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência). O Supremo Tribunal de Justiça do país havia solicitado à Assembleia Nacional Constituinte a retirada da imunidade parlamentar de Requesens, mas a sessão que aprovou essa manobra foi realizada somente no dia seguinte à sua prisão. 

Vídeos

Na sexta-feira (10), o regime venezuelano divulgou um vídeo do interrogatório de Requesens, em que o parlamentar confessa que fez o contato para ajudar Juan Monastério, que protagoniza outro vídeo confessando que organizou o suposto atentado. 

Um dia depois, mais um vídeo foi divulgado. Desta vez o deputado aparece falando que Rayder Alexander Russo, conhecido como Sargento Pico, é autor intelectual do suposto atentado contra Maduro. Russo foi apontado pelo regime como um dos mentores do “ataque” e, segundo Maduro, se encontra “protegido pelo governo da Colômbia”. 

A procuradora-geral Luisa Ortega Días afirmou que os vídeos são consequência de tortura psicológica e física ao qual Requesens foi submetido. “Não sabemos o que disseram a ele, como o pressionaram para afirmar esses fatos incriminadores, sem a presença de advogados, o que viola todos os padrões internacionais e nacionais em relação ao devido processo”, afirmou. 

O procurador-geral também disse durante a coletiva desta terça que foram emitidas 27 ordens de apreensão. 8 delas foram executadas e seis pessoas foram presas em flagrante. O regime solicitou à interpol a detenção de indiciados que estão no exterior, inclusive do deputado Julio Borges, exilado na Colômbia.

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