A Guarda Nacional Bolivariana ampliou na manhã deste sábado o fechamento da fronteira com o Brasil, segundo o Exército brasileiro. O movimento coincide com o fechamento da fronteira com a Colômbia.
Além do posto de fronteira entre Pacaraima e Santa Elena do Uairen, soldados venezuelanos foram mobilizados em torno de grandes partes da fronteira seca entre os dois países, para dificultar a passagem de venezuelanos que tentem ir para o Brasil. Apesar do cerco, alguns venezuelanos ainda estão entrando em território brasileiro.
Deserção
Autoridades colombianas disseram que três membros da Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB), guarda militar do país, abandonaram seus postos na fronteira do país com a Colômbia. Os militares faziam o bloqueio da região e se renderam a um grupo civil que tentava atravessar a fronteira. A FANB não se pronunciou sobre o assunto.
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, ordenou o fechamento da estrada para a ponte Simon Bolivar, que liga o país à Colômbia. Tropas de choque do governo impedem a passagem de civis pela região. Neste sábado, membros da oposição venezuelana lideram uma operação de entrega de cerca de 200 toneladas de alimentos e suprimentos médicos à população, após Maduro recusar a entrada de ajuda humanitária.
Houve conflito na cidade fronteiriça de Ureña entre militares e civis, onde está prevista a entrada de assistência humanitária pela oposição ao governo Maduro. Moradores montaram uma barricada entre a ponte que liga a Colômbia e a Venezuela, para impedir o bloqueio da Força Nacional. Soldados reagiram com gás lacrimogêneo.
Convocação
O autodeclarado presidente em exercício da Venezuela Juan Guaidó publicou mensagem no Twitter, neste sábado, convocando a população para uma mobilização em massa pelas ruas do país para pressionar as Forças Armadas [FANB] a deixar que caminhões com doações de cunho humanitário entrem no país.
"Vamos em paz, sem violência e com determinação de mudanças para exigir que a ajuda humanitária entre”, publicou Guaidó orientando os manifestantes a vestirem branco e entregarem mensagens a militares em quartéis para apoiarem a entrada da ajuda no país.
Guaidó também advertiu as FANB: "Hoje vocês têm a vida de centenas de milhares de Venezuelanos em suas mãos. Todo o país e o mundo estão com os olhos voltados a vocês. Decidam bem".
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