A Venezuela anunciou nesta terça-feira a prisão de oito colombianos suspeitos de espionarem o sistema elétrico do país, num momento em que a escassez de energia abala a popularidade do presidente Hugo Chávez.
As detenções podem reavivar as tensões entre os dois países, após meses de atritos entre Chávez e o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
O ministro venezuelano do Interior, Tareck el Aissami, disse que os colombianos foram detidos ao longo das duas últimas semanas, em dois Estados diferentes, e que junto a eles foram apreendidos uma câmera, contendo fotos de subestações elétricas, sistemas de transmissões e estradas, e documentos em inglês.
"Todos esses elementos ajudam a corroborar as acusações feitas pelo presidente Hugo Chávez (...) de sabotagem do sistema de eletricidade", disse El Aissami à TV Venevisión, acrescentando que a nacionalidade dos detidos era um "fator de preocupação."
No mês passado, Chávez acusou "contrarrevolucionários" contrários ao seu governo socialista de cortarem cabos elétricos para agravar a crise energética no país, a qual pode favorecer a oposição na eleição legislativa de setembro na Venezuela.
Por causa da seca provocada pelo fenômeno El Niño, os reservatórios das hidrelétricas venezuelanas estão em níveis baixíssimos, afetando a geração elétrica. Nesta semana, começou a chover no país, o que pode aliviar a situação.
Mas a crise elétrica também tem entre seus motivos a falta de investimentos adequados em manutenção e ampliação do sistema, e o rápido aumento do consumo.
Como parte do racionamento em vigor desde o fim de dezembro, escritórios e indústrias leves foram obrigados a reduzir seu consumo energético em 20 por cento, sob pena de enfrentarem cortes no abastecimento.