Protestos de contra o governo da Venezuela| Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

A Chancelaria venezuelana divulgou hoje (20) uma nota de repúdio às declarações do presidente norte-americano, Barack Obama, sobre as manifestações na Venezuela. "Repudiamos a ingerência grosseira do presidente dos Estados Unidos, nos assuntos internos da Nação [Venezuela]", diz o comunicado.

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O texto pede que o governo dos Estados Unidos explique "por que financia, alenta e defende os dirigentes opositores que promovem a violência". A chancelaria venezuelana disse que o governo americano continua "atacando um país livre e soberano da América Latina, cujas políticas, orientações e decisões são resultado da vontade popular, expressa democraticamente".

O governo de Nicolás Maduro denunciou, após os protestos, a suspeita de envolvimento de diplomatas norte-americanos no financiamento e apoio aos atos violentos realizados durante as manifestações estudantis no país. Por isso, três diplomatas foram expulsos do país no começo dessa semana.

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O governo venezuelano afirmou que continuará monitorando e tomando as providências necessárias para "impedir que agentes americanos implantem a violência e a desestabilização no país"

Nas declarações de quarta-feira (19), Obama disse que a violência durante as manifestações era "inaceitável" e exigiu a liberação dos manifestantes detidos.

Líder da oposição venezuelana cumprirá prisão provisória de 45 dias

Após audiência na madrugada de hoje (20), o advogado Juan Carlos Gutiérrez, que representa Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular na Venezuela, divulgou detalhes sobre a decisão tomada pela juíza Ralenis Tovar Guillén, da 16ª Vara de Justiça de Caracas. Ela decretou prisão temporária de 45 dias para o opositor venezuelano. Ele deve ficar preso até que o julgamento.

A informação divulgada inicialmente era a de que López ficaria 48 horas preso no aguardo do julgamento definitivo, mas o advogado esclareceu que esse é o tempo para o início da análise processual pelo Ministério Público (MP). "O próximo passo é a entrega das provas da defesa ao MP, o que deve ser feito na segunda-feira (24).

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Segundo ele, durante a audiência as punições de terrorismo, homicídio e lesão corporal foram retiradas. A Justiça indiciou o líder da oposição por danos a prédios públicos e associação ao crime. "Apesar disso, o cliente permanece privado de liberdade por determinação da juíza."

A audiência ocorreu fora de Caracas, no Centro de Processados Militares (casa de detenção militar), em Ramo Verde, estado de Miranda, lugar onde López permanecerá detido até o julgamento. Segundo o governo, a medida foi tomada para garantir a segurança dele.

Gutiérrez disse estar confiante de que, no desenrolar do processo investigativo, a defesa conseguirá "comprovar que nenhum delito poderá ser imputado ao acusado". Ele também disse que é cedo para fazer prognósticos sobre o julgamento.

A oposição e os movimentos estudantis pretendem continuar protestando nas ruas, inclusive pedindo a liberação de Leopoldo López.

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