Opositores e governistas tomaram neste sábado (8) as ruas da capital da Venezuela, Caracas, em uma nova medição de forças. O país vive uma situação tensa por causa das manifestações contra o governo, que ocorrem há mais de um mês. Na sexta-feira, a administração de Nicolás Maduro obteve uma vitória na Organização dos Estados Americanos (OEA), que insistiu na necessidade de diálogo entre as duas partes.
Os manifestantes protestaram contra a inflação elevada, problemas de abastecimento de alguns alimentos e bens básicos e o atraso na entrega de divisas por parte do governo, que afeta o ingresso de importados no país. Milhares de opositores realizaram neste sábado a marcha das "Panelas Vazias" no norte da capital, fazendo ruído com caçarolas e cornetas e portando faixas nas quais se lia "Não tem, não tem. Até quando?". A marcha não pode chegar ao seu destino, a sede do Ministério da Alimentação, porque membros da Guarda Nacional, com equipamento antimotim e tanques, bloquearam o acesso ao local.
Maduro compareceria a evento separado em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O governo convocou uma concentração de apoiadores na Praça Bolívar, no centro de Caracas. Outras autoridades também eram aguardadas no evento.
Marchas contra a escassez de produtos também foram realizadas nos Estados de Zulia, Barinas, Táchira, Carabobo e na ilha de Margarita.
Na sexta-feira, o Conselho Permanente da OEA aprovou uma declaração que conclama todas os envolvidos na situação da Venezuela a respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, inclusive as de "expressão e reunião pacífica, circulação, saúde e educação". O documento assinala que o organismo "faz votos de que as investigações tenham uma conclusão rápida e justa", se referindo às 21 mortes em episódios de violência nas mais de quatro semanas de protestos de rua em Caracas e outras cidades do interior do país.
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