As eleições regionais de domingo na Venezuela serão as primeiras em 14 anos no país sem a participação do presidente Hugo Chávez nos comícios dos candidatos governistas.
Apesar de Chávez estar em Cuba, onde se recupera da quarta cirurgia em um ano e meio como parte de sua luta contra um câncer, a expectativa de analistas é de que a votação sirva como um barômetro do apoio do eleitorado venezuelano aos candidatos socialistas.
As eleições regionais "ganharam uma importância inesperada", avalia Christopher Sabatini, diretor do Conselho das Américas. "Ela vai indicar se Chávez e a aura de simpatia por seu quadro de saúde em clara deterioração serão transferidos para outros candidatos", observa.
Nas eleições presidenciais de outubro, Chávez reelegeu-se para seu quarto mandato como presidente venezuelano, mas por uma margem mais apertada que em suas vitórias anteriores.
"Uma boa margem em favor do chavismo na contagem nacional, com resultados parecidos com os das eleições de outubro, pode diminuir as expectativas da oposição em uma nova eleição presidencial", disseram analistas do Barclays Capital em nota a clientes.
Para outros analistas, porém, a recorrência da doença de Chávez interfere na dinâmica da votação de domingo e existe a possibilidade de abrir espaço para a oposição.
Na eventualidade de a saúde de Chávez impedir sua posse, marcada para 10 de janeiro, ou interromper precocemente seu governo, analistas consideram que a antecipação do pleito parece favorecer o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
No último fim de semana, antes de embarcar para uma nova cirurgia em Cuba, Chávez declarou o vice-presidente Nicolás Maduro seu herdeiro político.
A oposição a Chávez governa atualmente sete dos 23 Estados venezuelanos. Analistas consideram haver poucas chances de a oposição avançar muito além disso. No entanto, opositores do governo dominam os Estados mais populosos e mais ricos do país.
Ao todo, 17,4 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar no domingo. Eles elegerão 23 governadores, 229 deputados estaduais e oito representantes indígenas.
A disputa regional acompanhada com mais atenção é a do Estado de Miranda, onde o ex-vice-presidente Elias Jaua desafia Henrique Capriles, que em outubro desafiou Chávez na disputa pelo Palácio de Miraflores e agora tenta a reeleição como governador.
As pesquisas indicam vantagem para Capriles, mas analistas advertem que uma vitória por uma margem muito estreita pode abalar suas pretensões no âmbito nacional. As informações são da Dow Jones.
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