O vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, disse neste domingo que as verbas norte-americanas de ajuda ao país são usadas para financiar grupos de oposição ao governo de esquerda do presidente Evo Morales.

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Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2006, Morales, um líder de origem indígena aymara, tem se aliado a outros líderes de esquerda latino-americanos, como o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o cubano, Fidel Castro.

García Linera afirmou que Washington está doando milhões de dólares para criar uma "usina ideológica" para os políticos conservadores que se opõem ao governo.

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Funcionários bolivianos acusam a oposição de direita de tentar bloquear algumas reformas importantes de Morales, entre elas um novo texto da Constituição que daria mais poder à maioria indígena do país andino.

"Que bom seria se esses 140 milhões de dólares de que se fala fossem ajuda produtiva. (...) Há uma ajuda com teor político, para o lugar onde estão se reunindo ex-ministros, ex-vice-ministros e de onde se elaboram críticas e resistências ideológicas e políticas", declarou García Linera numa entrevista de rádio.

Um porta-voz da embaixada americana se negou a comentar o assunto e disse não ter escutado os comentários do vice-presidente.

Na semana passada, o embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, disse que o valor anualizado da ajuda de seu país até outubro poderia chegar a 120 milhões de dólares e não a 140 milhões de dólares. Ele explicou que a maior parte deste dinheiro é destinado ao combate ao narcotráfico, no país que é o terceiro maior produtor mundial de cocaína.

"Ajudas que fomentam resistências políticas não são boas ajudas e não são bem recebidas", disse García Linera, um ex-guerrilheiro de esquerda.

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Atualmente, outros países podem dar ajuda direta a governos regionais e municipais bolivianos. O vice-presidente disse que é necessária uma nova lei para monitorar de perto essa assistência estrangeira.