O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, foi acusado nesta sexta-feira em um novo processo, desta vez de fraude na documentação de um automóvel, que se soma ao caso em que é investigado por corrupção.

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O juiz Claudio Bonadio aceitou a acusação da promotoria "de crime de falsificação de documento público", informou o Centro de Informação Judicial.

O titular do Julgamento Nacional investiga o vice-presidente por ter transferido irregularmente um automóvel Honda para seu nome com documentação falsa.

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Também foi acusada do mesmo crime María Graciela Taboada de Piñero, titular do Cartório da Propriedade Automotor 2, de Buenos Aires, como co-autora, e de Agostiniana Seguín, ex-mulher do vice-presidente e quem utilizava o carro, como cúmplice.

Segundo o processo, "foi comprovado que Boudou inscreveu em seu nome o veículo com um formulário falso que contém cópias de seu documento nacional de identidade" ao que se juntou outro formulário com sua "assinatura verdadeira" e um domicílio que não era o dele.

Esses documentos foram utilizados para fixar a endereço dele no Cartório Automotor 2, de Buenos Aires.

O automóvel foi registrado no cartório "com um motor que não era o original de fábrica", segundo a documentação assinada por Bonadio, que afirmou que o vice-presidente "de nenhuma forma" pode credenciar a procedência do automóvel.

Em 23 de julho, Boudou foi intimado por Bonadio, mas o vice-presidente se negou a responder perguntas do juiz e, em seu lugar, a defesa entregou ao juiz um documento escrito em que acusou "os gerentes" que realizaram os trâmites.

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No documento a defesa do vice-presidente afirmou que não estava de maneira alguma pondo "em dúvida a aquisição e a titularidade do veículo", que Boudou comprou em 1993.

"Já que o veículo era usado, ao realizar a transferência para seu nome, os gerentes encarregados falsificaram a assinatura e fraudaram o DNI".

Após cinco anos de investigação, o juiz reativou há pouco tempo a ação, na qual há dois anos são acusados os gerentes que participaram da operação.

O veículo faz parte de uma disputa legal entre Boudou e sua ex-mulher, Daniela Andriuolo, que, como parte da divisão de bens após o divórcio, reivindica a metade do valor do automóvel.

Na documentação constaria falsamente que Boudou comprou o automóvel antes de seu casamento com Andriuolo.

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Boudou foi processado em 27 de junho pelo juiz Ariel Lixo por suborno passivo e negociações incompatíveis com seu cargo em uma causa que investiga a compra irregular da imprensa de papel-moeda exCiccone.

O governo de Cristina Kirchner defende o princípio de inocência do vice-presidente, embora algumas vozes no governo tenham reconhecido que o caso afeta o executivo.

Já a oposição exige o afastamento do vice-presidente. Ontem os blocos de oposição do Senado argentino formalizaram a apresentação de um projeto de resolução para que Boudou seja suspenso na titularidade na casa.

A iniciativa, que dificilmente avançará, já que o governo é majoritário no parlamento, procura impedir que o vice-presidente volte a presidir as sessões na câmara alta até que a Justiça estabeleça suas responsabilidades no processo sobre a compra da exCiccone.

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