Entre os cinco brasileiros que saíram do Suriname em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) e chegaram em Belém na noite de domingo (27), estava Fernando Lima, que se recupera de um ferimento na cabeça.

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Quatro passageiros são do Maranhão e um, do Pará. Todos trabalhavam como garimpeiros em Albina, no Suriname. Uma equipe médica aguardava a aeronave na pista.

Os brasileiros disseram que foram surpreendidos pelo ataque e que os nativos invadiram os alojamentos, onde muitos se preparavam para dormir. "Vieram muitos, acho que mais de cem, atacando homens, mulheres, tudo o que aparecia na frente", disse Lima. "Uns batiam, outros saqueavam. Eles pegavam os brasileiros, revistavam e tomavam tudo."

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Reginaldo Viana ainda conseguiu fugir, antes de ser pego pelos nativos. "Vi muitos deles virem para cima de nós armados com facões, garrafas e pedras. Eles agrediram todos. Eu estava perto da beira e pulei dentro da água", contou.

Eles contaram que os brasileiros já haviam sido hostilizados pelos quilombolas que vivem naquela área. "Eles sempre foram agressivos", afirmou Lima.

Todos falaram que foram para o Suriname tentar ganhar dinheiro no garimpo, mas voltaram assustados e frustrados. "Vai ser bem ruim para recuperar. Mas é o jeito", comentou Lima.

O conflito ocorreu no dia 24 e teve início após um brasileiro ter matado com faca um "marrom", como são conhecidos os surinameses quilombolas, descendentes de escravos. O suspeito de ter cometido o crime estaria foragido.

Até domingo, pelo menos quatro brasileiros permaneciam internados em estado grave, na capital Paramaribo. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou nota informando que a missão diplomática brasileira que esteve no Suriname não recolheu evidências de que brasileiros tenham morrido.

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Ainda no domingo, o embaixador do Brasil no Suriname disse que a situação é de calma na região de Albina.

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