O primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, deu sinais nesta terça-feira de estar aberto à idéia de reformar a lei sobre o contrato de trabalho para jovens, enquanto estudantes e sindicalistas voltaram às ruas para protestar contra as novas regras. Os manifestantes ameçam fazer uma greve nacional na próxima terça-feira, caso o governo não recue.

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Em Paris, estudantes usaram máscaras vermelhas para simbolizar sua ira contra o Contrato de Primeiro Emprego (CPE), que permite aos empregadores demitir pessoas com menos de 26 anos de idade, sem justa causa, durante os primeiros dois anos de contrato.

Após reunião do premier na segunda-feira com estudantes e empregadores, jornais disseram que o governo pode estar aberto a duas demandas: encurtar o período de experiência dos funcionários jovens, de dois anos para doze meses, e obrigar as empresas a justificar as demissões.

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- Estamos observando e ouvindo todo mundo. Estamos em um período de adaptação - afirmou o ministro das Finanças do país, Thierry Breton, à rádio Europe 1.

- A melhor forma de superarmos essa crise é por meio da experimentação, da avaliação e da adaptação - disse a ministra francesa do Comércio, Christine Lagarde, em entrevista ao jornal "Le Parisien".

Os índices de popularidade de Villepin caíram muito desde que o CPE foi aprovado pelo Parlamento francês. A crise pode prejudicar os planos dele de concorrer à Presidência da França em 2007 e gerou desconforto dentro do partido governista UMP.

Rumores de que o governo está disposto a modificar a lei apareceram um dia depois de o presidente do país, Jacques Chirac, ter repetido seu apoio a Villepin e renovado seus apelos para que as pessoas contrárias ao novo contrato aceitem negociar.

Segundo Chirac, a lei aponta para a determinação do governo em combater as taxas de desemprego no país, que chegam a 9,6%.

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Estima-se que entre um milhão e 1,5 milhão de pessoas participaram de protestos ocorridos em toda a França no último fim de semana. As manifestações foram quase todas pacíficas, mas houve conflitos com a polícia.