Um ataque inédito contra a emissora de televisão estatal síria Al-Ikhbarya deixou sete mortos nesta quarta-feira nas proximidades de Damasco, indicou a agência oficial de notícias, que atribuiu este ataque a um grupo terrorista.
No restante do país, ao menos 36 pessoas, incluindo 14 soldados, morreram em episódios de violência, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG com sede na Grã-Bretanha.
Um grupo efetuou um ataque "terrorista" e "bárbaro" contra a sede do canal de informações em Droucha, 20 km ao sul de Damasco, matando três jornalistas e quatro guardas, e saqueando o local, indicou a Sana.
A televisão estatal transmitiu imagens de destruição, principalmente de uma sala reduzida a escombros.
Este é o primeiro ataque contra uma emissora oficial na Síria desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, em março de 2011.
Em um comunicado, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) indicou que "a imprensa não deve ser um alvo" e condenou "firmemente a transmissão, por meios de comunicação (oficiais sírios), de mensagens que incitam o ódio e a violência contra as populações civis".
O Ministério da Informação denunciou uma "agressão odiosa contra a liberdade de imprensa", apontando para as sanções da União Europeia contra rádios e televisões oficiais sírias.
Omrane al-Zohbi atribuiu ainda à Liga Árabe "a plena responsabilidade" pelo ataque. "Aqueles que cometeram este crime aplicaram a decisão da Liga Árabe de silenciar a voz da Síria", disse.
A Liga Árabe adotou uma resolução exortando as redes via satélite Arabsat e Nilesat a proibirem a transmissão de canais oficiais sírios.
Em outras cidades, pelo menos dez soldados foram mortos durante a noite perto Mayadine, na província de Deir Ezzor (leste), de acordo com o OSDH, que também informou a respeito da deserção de 15 outros militares.
Dez civis foram mortos na província de Idleb (noroeste), onde corpos também foram encontrados sob os escombros em Khan al-sabil, bombardeada pelas forças do regime, segundo o OSDH.
Ainda nesta região, quatro soldados foram mortos na aldeia de Maara Dabsa em uma explosão.
Na província de Aleppo (norte), várias cidades são bombardeadas desde a madrugada. Os rebeldes lançaram um ataque contra um aeroporto militar, indicou a ONG.
Em Homs (centro), vários bairros são "violentamente bombardeados pelo Exército há semanas", de acordo com um relato do OSDH, que indica "difíceis condições humanitárias". Mais ao norte, as aldeias da província de Hama são bombardeadas por helicópteros.
Em Deraa, berço da contestação no sul, os bombardeios atingem há seis dias a cidade de Kafar Shams, onde o Exército tenta assumir o controle, indicou o OSDH, que alertou para a morte de 24 pessoas durante este período.
Em Douma, a 13 km da capital, cinco civis foram mortos a tiros e por disparos de foguetes dos militares.
A organização Human Rights Watch (HRW) instou as autoridades sírias a pararem com os ataques contra civis.
"As autoridades sírias devem ordenar às forças de segurança que cessem os ataques indiscriminados contra civis que atravessam as fronteiras e respeitem sua vontade" de fugir da violência, afirmou o HRW.
Mais de 15.800 pessoas foram mortas em mais de 15 meses, em sua maioria civis, sendo que as últimas semanas registraram os números mais elevados de vítimas, segundo o OSDH.
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